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Poliartrite

MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES



A poliartrite define-se como a inflamação simultânea de cinco ou mais articulações. Esta condição pode ser provocada por uma variedade de doenças, incluindo distúrbios autoimunes, infeções ou patologias metabólicas. Os doentes apresentam-se tipicamente com dor, edema e rigidez em múltiplas articulações, comprometendo a mobilidade e a qualidade de vida.


Diagnóstico


O diagnóstico de poliartrite inicia-se com uma anamnese detalhada e um exame físico minucioso para identificar as articulações envolvidas. É essencial inquirir sobre infeções recentes, doenças autoimunes ou sintomas sistémicos.


São realizados exames laboratoriais como hemograma completo, velocidade de sedimentação eritrocitária (VSE), proteína C reativa (PCR), fator reumatoide (FR), anticorpos antinucleares (ANA), bem como estudos imagiológicos, como radiografias ou ecografias, para avaliar o grau de lesão articular. Em certos casos, pode ser necessária a aspiração do líquido sinovial para análise.


Diagnóstico Diferencial

Doença

Características Principais

Artrite reumatoide

Afeta preferencialmente as pequenas articulações, rigidez matinal, ANA e FR positivos.

Lúpus eritematoso sistémico

Comprometimento multissistémico, exantema malar, ANA e anti-DNA positivos.

Artrite psoriática

Associada a psoríase, envolvimento assimétrico, afeta articulações distais.

Febre reumática

História de infeção estreptocócica, cardite, coreia, nódulos subcutâneos.

Gota

Crises de dor aguda, presença de cristais de urato no líquido sinovial.

Artrite infeciosa

Mono ou poliartrite com febre, líquido sinovial purulento.

Abordagem no Serviço de Urgência


No serviço de urgência, a abordagem inicial da poliartrite centra-se no alívio da dor e controlo da inflamação, enquanto se estabiliza o doente e se procede à investigação diagnóstica. São administrados analgésicos, como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), ou corticosteroides sistémicos em casos mais graves.


Caso exista suspeita de artrite infeciosa, deve iniciar-se antibioticoterapia empírica de largo espectro enquanto se aguardam os resultados da análise do líquido sinovial. A aspiração articular é essencial para excluir infeção ou presença de cristais.


Tratamento Definitivo


O tratamento definitivo depende da etiologia subjacente da poliartrite. Para doenças autoimunes, como a artrite reumatoide ou o lúpus, utilizam-se fármacos antirreumáticos modificadores da doença (DMARDs), como metotrexato, leflunomida ou agentes biológicos.


Na artrite infeciosa, o tratamento consiste na administração de antibióticos por via intravenosa. Nos casos de artrite por cristais, como a gota, utilizam-se medicamentos para reduzir os níveis de ácido úrico, como alopurinol ou febuxostate.

 
 
 

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