Violação e Agressão Sexual
- EmergenciasUNO
- 23 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A violação e agressão sexual são formas graves de violência com profundas consequências físicas e psicológicas para as vítimas. Este artigo aborda os aspetos clínicos essenciais para o seu adequado manejo médico.
Sintomas
As vítimas podem apresentar um vasto elenco de sintomas psicológicos, incluindo:
Medo, ansiedade e pesadelos[1]
Sentimentos de culpa, vergonha e baixa autoestima[1][3]
Depressão e ideação suicida[1][3]
Perturbação de stress pós-traumático (PSPT)[2]
Alterações no sono e apetite[1][11]
Dificuldades nas relações interpessoais[11]
Abuso de álcool ou outras substâncias[11][12]
Importa reforçar que a inexistência de sintomas psicológicos evidentes não exclui a ocorrência de agressão sexual.
Sinais Clínicos
Os sinais físicos podem incluir:
Lesões genitais: lacerações, equimoses ou fissuras[1][4]
Lesões extragenitais: hematomas, marcas de contenção ou mordeduras[4][8]
Hemorragia vaginal, anal ou oral[1][4]
Dor ou desconforto ao urinar ou evacuar[1][11]
Presença de fluidos corporais do agressor[5]
Gravidez indesejada[2][12]
Infeções de transmissão sexual (ITS)[2][12]
A ausência de lesões físicas não descarta a agressão sexual[2].
Exploração
A avaliação deve ser cuidadosa e empática, incluindo:
Anamnese pormenorizada do evento, evitando revitimização[5][6]
Exame físico completo com documentação de todas as lesões[5][8]
Inspeção genital e anal minuciosa, preferencialmente com colposcópio[5][8]
Fotografia forense das lesões, com consentimento da vítima[5][8]
Recolha de evidência (roupa, fluidos) segundo protocolos forenses[5][6]
O consentimento informado é obrigatório antes de cada passo.
Exames Diagnósticos
Recomenda-se realizar:
Teste de gravidez[5][6]
Colheitas e serologias para ITS (HIV, sífilis, hepatite B, gonorreia, clamídia)[5][6]
Testes toxicológicos se houver suspeita de submissão química[8]
Análise de DNA em amostras biológicas colhidas[5][8]
Estas análises devem ser repetidas conforme protocolos para cobrir períodos de janela infecciosa[6].
Maneio de Emergência
Na urgência, as prioridades incluem:
Estabilização de lesões com risco de vida[6][10]
Apoio psicológico imediato e primeiros socorros emocionais[6][10]
Profilaxia para ITS, incluindo para HIV (até 72 h)[6][10]
Anticoncepção de emergência (ideal até 72 h, aceitável até 120 h)[6][10]
Vacinação contra hepatite B e tétano, se necessário[6][10]
Recolha de prova forense (até 7 dias após o evento)[6][10]
Encaminhamento aos serviços legais e apoio social[6][10]
O atendimento deve ser centrado na vítima, respeitando sempre a sua autonomia e decisões[5][6][10].
O correto manejo destas situações exige uma abordagem multidisciplinar, sensível e fundamentada em evidência. A formação contínua dos profissionais de saúde é crucial para garantir cuidados apropriados e apoiar a recuperação das vítimas.
Citações
[5] https://www.msdmanuals.com/es/professional/ginecología-y-obstetricia/violencia-doméstica-y-agresión-sexual/examen-médico-de-la-víctima-de-agresión-sexual
[7] https://www.elsevier.es/es-revista-atencion-primaria-27-avance-resumen-la-violencia-sexual-su-abordaje-S0212656723002706
[8] https://www.msdmanuals.com/es/hogar/salud-femenina/violencia-doméstica-y-agresiones-sexuales/agresión-sexual-y-violación
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