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VIH – Diagnóstico e Exames

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



Diagnóstico e Exames do VIH


O diagnóstico precoce e preciso do vírus da imunodeficiência humana (VIH) é essencial para o manejo eficaz da infeção e a prevenção da sua transmissão. Este artigo aborda os principais aspetos do diagnóstico do VIH, incluindo sintomatologia, sinais clínicos, exame físico, exames laboratoriais e abordagem em contexto de emergência.


Sintomas


Os sintomas da infeção por VIH variam consoante o estádio da doença. Na fase de infeção aguda ou primária, que ocorre cerca de 2 a 4 semanas após a exposição ao vírus, os doentes podem apresentar sintomas semelhantes aos de uma gripe, incluindo:


  • Febre


  • Cefaleia


  • Mialgias e artralgias


  • Exantema


  • Odinofagia e úlceras orais


  • Adenopatias generalizadas


  • Diarreia


  • Sudorese noturna[5]


Importa referir que estes sintomas podem ser ligeiros ou mesmo impercetíveis em alguns casos[5]. Após esta fase inicial, a infeção pode entrar num período de latência clínica, durante o qual o indivíduo pode permanecer assintomático durante anos[5].


Sinais clínicos


Os sinais clínicos do VIH podem ser discretos nas fases iniciais. Com a progressão da doença, podem surgir:


  • Perda de peso inexplicada


  • Febre persistente


  • Linfadenopatia generalizada


  • Lesões cutâneas, incluindo sarcoma de Kaposi


  • Candidíase oral


  • Pneumonia por Pneumocystis jirovecii[1][5]


Exame físico


A avaliação clínica de um doente com suspeita de infeção por VIH deve ser minuciosa e sistemática. Deve-se considerar:


  • Inspeção cutânea para detetar lesões ou exantemas


  • Palpação de cadeias ganglionares


  • Exame da cavidade oral para pesquisa de candidíase ou outras lesões


  • Avaliação do estado nutricional


  • Exame neurológico básico[5]


Adicionalmente, recomenda-se a realização de exame digital anorretal (DARE) e avaliação anual de sintomas sugestivos de neoplasia anal em pessoas vivendo com VIH[1].


Meios complementares de diagnóstico


O diagnóstico definitivo da infeção por VIH baseia-se em exames laboratoriais. Os principais testes incluem:


Testes de rastreio:


  • Ensaios imunoenzimáticos (ELISA) de quarta geração, que detetam anticorpos anti-VIH e o antigénio p24[4]


  • Testes rápidos com resultados em 30 minutos ou menos[1]


Testes confirmatórios:


  • Western Blot ou imunoblot recombinante (LIA)[4]


Testes de ácidos nucleicos:


  • Deteção de ARN viral ou ADN proviral, úteis para diagnóstico precoce e quantificação da carga viral[6]


Exames complementares:


  • Contagem de células CD4 para avaliação do estado imunológico[1]


  • Testes de resistência aos antirretrovirais[4]


É recomendada uma abordagem diagnóstica em dois passos: teste de rastreio seguido de teste confirmatório[6].


Abordagem em contexto de emergência


Em situações de emergência, como exposição ocupacional ou sexual ao VIH, devem ser seguidos os seguintes passos:


  • Avaliação imediata do risco de transmissão


  • Início rápido da profilaxia pós-exposição (PEP) com antirretrovirais, preferencialmente dentro de 72 horas após a exposição[6]


  • Realização de testes basais de VIH e seguimento serológico


  • Apoio psicológico e aconselhamento


  • Notificação e seguimento conforme protocolos institucionais e regulamentos locais


O diagnóstico e tratamento eficaz do VIH requerem uma abordagem multidisciplinar, integrando avaliação clínica, exames laboratoriais e intervenção precoce. A deteção precoce e o início atempado da terapêutica antirretroviral são fundamentais para melhorar o prognóstico do doente e conter a propagação do vírus.


Citações


 
 
 

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