VIH – Diagnóstico e Exames
- EmergenciasUNO
- 17 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
Diagnóstico e Exames do VIH
O diagnóstico precoce e preciso do vírus da imunodeficiência humana (VIH) é essencial para o manejo eficaz da infeção e a prevenção da sua transmissão. Este artigo aborda os principais aspetos do diagnóstico do VIH, incluindo sintomatologia, sinais clínicos, exame físico, exames laboratoriais e abordagem em contexto de emergência.
Sintomas
Os sintomas da infeção por VIH variam consoante o estádio da doença. Na fase de infeção aguda ou primária, que ocorre cerca de 2 a 4 semanas após a exposição ao vírus, os doentes podem apresentar sintomas semelhantes aos de uma gripe, incluindo:
Febre
Cefaleia
Mialgias e artralgias
Exantema
Odinofagia e úlceras orais
Adenopatias generalizadas
Diarreia
Sudorese noturna[5]
Importa referir que estes sintomas podem ser ligeiros ou mesmo impercetíveis em alguns casos[5]. Após esta fase inicial, a infeção pode entrar num período de latência clínica, durante o qual o indivíduo pode permanecer assintomático durante anos[5].
Sinais clínicos
Os sinais clínicos do VIH podem ser discretos nas fases iniciais. Com a progressão da doença, podem surgir:
Perda de peso inexplicada
Febre persistente
Linfadenopatia generalizada
Lesões cutâneas, incluindo sarcoma de Kaposi
Candidíase oral
Pneumonia por Pneumocystis jirovecii[1][5]
Exame físico
A avaliação clínica de um doente com suspeita de infeção por VIH deve ser minuciosa e sistemática. Deve-se considerar:
Inspeção cutânea para detetar lesões ou exantemas
Palpação de cadeias ganglionares
Exame da cavidade oral para pesquisa de candidíase ou outras lesões
Avaliação do estado nutricional
Exame neurológico básico[5]
Adicionalmente, recomenda-se a realização de exame digital anorretal (DARE) e avaliação anual de sintomas sugestivos de neoplasia anal em pessoas vivendo com VIH[1].
Meios complementares de diagnóstico
O diagnóstico definitivo da infeção por VIH baseia-se em exames laboratoriais. Os principais testes incluem:
Testes de rastreio:
Ensaios imunoenzimáticos (ELISA) de quarta geração, que detetam anticorpos anti-VIH e o antigénio p24[4]
Testes rápidos com resultados em 30 minutos ou menos[1]
Testes confirmatórios:
Western Blot ou imunoblot recombinante (LIA)[4]
Testes de ácidos nucleicos:
Deteção de ARN viral ou ADN proviral, úteis para diagnóstico precoce e quantificação da carga viral[6]
Exames complementares:
Contagem de células CD4 para avaliação do estado imunológico[1]
Testes de resistência aos antirretrovirais[4]
É recomendada uma abordagem diagnóstica em dois passos: teste de rastreio seguido de teste confirmatório[6].
Abordagem em contexto de emergência
Em situações de emergência, como exposição ocupacional ou sexual ao VIH, devem ser seguidos os seguintes passos:
Avaliação imediata do risco de transmissão
Início rápido da profilaxia pós-exposição (PEP) com antirretrovirais, preferencialmente dentro de 72 horas após a exposição[6]
Realização de testes basais de VIH e seguimento serológico
Apoio psicológico e aconselhamento
Notificação e seguimento conforme protocolos institucionais e regulamentos locais
O diagnóstico e tratamento eficaz do VIH requerem uma abordagem multidisciplinar, integrando avaliação clínica, exames laboratoriais e intervenção precoce. A deteção precoce e o início atempado da terapêutica antirretroviral são fundamentais para melhorar o prognóstico do doente e conter a propagação do vírus.
Citações
[3] https://www.msdmanuals.com/es-ec/hogar/infecciones/infección-por-el-virus-de-la-inmunodeficiencia-humana-vih/infección-por-el-virus-de-la-inmunodeficiencia-humana-vih
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