Vermes
- EmergenciasUNO
- 16 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
As infeções por vermes, também conhecidas como helmintíases, constituem um problema de saúde pública significativo, especialmente em regiões tropicais e subtropicais. Este artigo oferece uma visão geral das helmintíases mais comuns, focando-se nos seus sintomas, sinais clínicos, métodos de avaliação, exames diagnósticos e abordagem em contexto de urgência.
Sintomas
Os sintomas das infeções por vermes variam consoante o tipo de helminto e a carga parasitária. Em geral, os sintomas mais comuns incluem:
Dor abdominal e mal-estar gastrointestinal[1][3]
Diarreia, por vezes com sangue[3]
Náuseas e vómitos[1][3]
Perda de peso ou desnutrição, especialmente em crianças[1][4]
Fadiga e fraqueza generalizada[4]
Prurido anal, particularmente noturno no caso de oxiúros[6]
Sintomas respiratórios como tosse e sibilos, especialmente na fase de migração pulmonar de alguns helmintos[1][3]
Em infeções graves, podem ocorrer complicações como obstrução intestinal ou dos canais biliares e pancreáticos[1][3].
Sinais Clínicos
A avaliação física pode revelar diversos sinais clínicos, dependendo do tipo e da gravidade da infeção:
Distensão abdominal[1]
Palidez das mucosas, indicativa de anemia[2]
Lesões cutâneas serpiginosas em casos de larva migrans cutânea[5]
Presença visível de vermes nas fezes, vómito ou a emergir pelo nariz ou boca[1][3]
Hepatomegalia ou esplenomegalia em infeções crónicas[2]
Sinais de desnutrição, especialmente em crianças com infeções persistentes[1][4]
Exame físico
A avaliação de um paciente com suspeita de infeção helmíntica deve incluir:
Exame físico completo, com especial atenção ao abdómen[1][3]
Inspeção da região perianal à procura de oxiúros ou seus ovos[6]
Exame da pele para detetar lesões características de larva migrans[5]
Avaliação do estado nutricional, especialmente em crianças[1][4]
Auscultação pulmonar para detetar sibilos ou estertores na migração larvária pulmonar[1][3]
Exames Diagnósticos
O diagnóstico definitivo das infeções helmínticas baseia-se sobretudo em:
Exame microscópico de fezes para identificação de ovos ou larvas[1][3]
Técnica de Kato-Katz para deteção de ovos nas fezes[2]
Teste do antigénio catódico circulante (CCA) para esquistossomose[2]
Identificação de vermes adultos nas fezes ou a emergir de orifícios corporais[1][3]
Hemograma completo, que pode revelar eosinofilia[1][3]
Radiografia torácica para identificar infiltrados pulmonares durante a fase de migração larvária[3]
Em casos específicos, provas serológicas ou imunológicas[2]
Abordagem em contexto de urgência
O tratamento das infeções helmínticas nas urgências deve focar-se em:
Tratamento farmacológico:
Albendazol, mebendazol ou ivermectina são os antiparasitários de primeira escolha para a maioria das infeções[1][3]
Praziquantel para esquistossomose[2]
Manejo de complicações:
Tratamento de obstrução intestinal, podendo requerer cirurgia em casos graves[1][3]
Tratamento da desidratação e correção de desequilíbrios eletrolíticos em casos de diarreia severa[1][3]
Suporte nutricional para pacientes com desnutrição[1][4]
Educação do paciente sobre medidas preventivas para evitar reinfeção[5][6]
Notificação às autoridades de saúde pública em áreas endémicas para implementação de medidas de controlo[2]
As infeções por helmintos representam um desafio significativo para a saúde pública global. O reconhecimento precoce dos sintomas e sinais clínicos, aliado a um diagnóstico preciso e tratamento adequado, é essencial para reduzir a morbilidade associada a estas infeções.
A prevenção, por meio do saneamento básico e da educação em saúde, continua a ser a estratégia mais eficaz para o controlo a longo prazo das helmintíases.
Citações:
[3] https://www.msdmanuals.com/es/professional/enfermedades-infecciosas/nematodos-gusanos-redondos/ascariasis?ruleredirectid=755
Commenti