Varicela-zóster
- EmergenciasUNO
- 17 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A varicela-zóster é uma patologia infeciosa altamente contagiosa causada pelo vírus varicela-zóster (VVZ), também conhecido como herpesvírus humano tipo 3. Esta infeção sistémica aguda afeta predominantemente crianças, embora possa manifestar-se em qualquer faixa etária[1][2].
Sintomatologia
Os sintomas da varicela surgem, habitualmente, entre 7 a 21 dias após a exposição ao vírus. Os doentes podem apresentar:
Cefaleia ligeira
Febre moderada (38–39°C)
Mal-estar geral
Anorexia
Fadiga
Dor abdominal[1][3][4]
É relevante salientar que, em adultos, a sintomatologia tende a ser mais grave do que em crianças[3].
Sinais clínicos
O sinal clínico mais característico da varicela é a exantema cutânea, que evolui por várias fases:
Máculas: Manchas eritematosas planas, inicialmente no tronco e face, disseminando-se posteriormente para os membros superiores e inferiores.
Pápulas: As máculas elevam-se em pápulas no espaço de 6–8 horas.
Vesículas: Formação de bolhas pruriginosas e transparentes sobre base eritematosa.
Crostas: As vesículas rompem-se e evoluem para crostas[1][2][3].
Uma característica distintiva é o desenvolvimento de lesões em surtos sucessivos, coexistindo em diferentes estádios de evolução, criando o chamado padrão em “céu estrelado”[1][5].
Exame físico
Durante a avaliação clínica, o médico deverá observar:
Exantema cutâneo em diversos estádios evolutivos
Lesões em mucosas (bucofaríngea, vias respiratórias superiores, conjuntiva palpebral, reto e vagina)
Potencial presença de febre
Estado geral do doente[1][2]
É essencial avaliar a extensão da erupção cutânea e identificar sinais de complicações, como infeção bacteriana secundária das lesões[5].
Meios complementares de diagnóstico
Embora o diagnóstico da varicela seja essencialmente clínico, em casos duvidosos ou em indivíduos imunocomprometidos, podem realizar-se os seguintes exames:
Reação em cadeia da polimerase (PCR) para deteção do ADN viral
Deteção de antigénios virais por imunofluorescência nas lesões
Serologias (IgM e IgG anti-VVZ)
Cultura viral
Citodiagnóstico de Tzanck[1][4][6]
A PCR e a imunofluorescência são métodos rápidos e sensíveis. As serologias permitem confirmar uma infeção aguda mediante deteção de IgM ou seroconversão[1].
Abordagem em contexto de emergência
O tratamento da varicela em ambiente de urgência baseia-se essencialmente na terapêutica sintomática e na prevenção de complicações:
Anti-histamínicos sedativos para alívio do prurido e prevenção do ato de coçar
Antipiréticos como paracetamol para controlo da febre (evitar aspirina e ibuprofeno)
Manutenção de hidratação adequada
Em casos graves ou em doentes de alto risco, considerar a administração de antivirais como aciclovir, valaciclovir ou famciclovir[1][5]
É crucial iniciar o tratamento antiviral nas primeiras 24 horas após o início da exantema para maximizar a eficácia terapêutica[5].
A varicela-zóster é uma infeção altamente contagiosa com manifestações clínicas típicas. Embora geralmente benigna em crianças saudáveis, pode causar complicações severas em grupos de risco. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para prevenir complicações e limitar a disseminação viral.
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