Utentes Anticoagulados
- EmergenciasUNO
- 12 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A anticoagulação é um tratamento amplamente utilizado para prevenir e tratar diversas condições tromboembólicas. Em Espanha, estima-se que 13,2 por cada 1 000 habitantes recebem anticoagulantes antagonistas da vitamina K (AVK)[7]. O manejo destes utentes requer um conhecimento aprofundado dos sintomas, sinais clínicos, métodos de exploração, provas diagnósticas e protocolos de atuação em situações de emergência.
Sintomas
Os utentes sob anticoagulação podem apresentar variados sintomas que indicam possíveis complicações do tratamento. Incluem:
Sangramento nas gengivas ao escovar os dentes
Hematomas espontâneos
Sangue na urina
Hemorragia rectal
Menstruação anormalmente abundante
Epistaxis (hemorragia nasal) frequente ou prolongada
Cefaleia intensa e de início súbito
Dificuldade súbita em falar
Perda súbita de força ou alterações visuais[11][9]
É essencial que os utentes estejam informados sobre estes sinais e saibam quando devem procurar assistência médica imediata.
Sinais clínicos
Os sinais em utentes anticoagulados podem variar desde manifestações leves a emergências potencialmente mortais. Destacam-se:
Palidez cutânea
Taquicardia
Hipotensão
Petéquias ou equimoses extensas
Hemoptise
Hematúria macroscópica
Melena ou hematoquese
Hematomas extensos ou em expansão
Sinais neurológicos focais (em caso de hemorragia intracraniana)[1][9]
A identificação precoce destes sinais é crucial para prevenir complicações graves.
Exploração física
A avaliação física deve ser meticulosa e dirigida à deteção de sinais de sangramento ou trombose, incluindo:
Sinais vitais (tensão arterial, frequência cardíaca, saturação de oxigénio)
Inspeção da pele e mucosas em busca de petéquias, equimoses ou hematomas
Avaliação neurológica completa
Auscultação cardiopulmonar
Palpação abdominal
Exame dos membros para sinais de trombose venosa profunda[2][9]
Provas diagnósticas
São essenciais para avaliar o grau de anticoagulação e detetar possíveis complicações:
Tempo de Protrombina (TP) e INR (International Normalized Ratio): padrão para monitorização com AVK; um INR entre 2,5‑3,5 é geralmente adequado[8].
Tempo de Tromboplastina Parcial ativado (TTPa): útil para monitorização com heparina.
Hemograma completo: avalia hemoglobina e plaquetas.
Função renal e hepática: importantes para ajustar dosagens.
Imagiologia (TAC, ecografia, ressonância): conforme suspeita, para detectar hemorragias internas ou tromboses[3][8].
Manejo na emergência
Requer ação rápida e coordenada:
Avaliação inicial: ABC (via aérea, respiração, circulação).
Suspensão imediata do anticoagulante.
Avaliação da gravidade do sangramento e estabilização hemodinâmica.
Determinação urgente do INR e outros parâmetros de coagulação.
Reversão da anticoagulação:
AVK: vitamina K, concentrado de complexo protrombínico ou plasma fresco congelado.
Anticoagulantes diretos: antídotos específicos, quando disponíveis.
Suporte: fluidoterapia e transfusões, se necessário.
Identificação e controlo da fonte de sangramento.
Monitorização contínua de parâmetros clínicos e laboratoriais[1][9][14].
O manejo de utentes anticoagulados exige uma abordagem multidisciplinar, bem como conhecimento profundo dos riscos e benefícios da terapêutica. A educação do utente, monitorização regular e ação urgente em situações críticas são fundamentais para garantir a segurança e eficácia do tratamento.
Citações:
[2] https://www.elsevier.es/es-revista-medicina-familia-semergen-40-articulo-estado-control-pacientes-tratamiento-con-S1138359315004335
[7] https://www.elsevier.es/es-revista-revista-medica-del-hospital-general-325-articulo-educacion-evaluacion-del-conocimiento-del-X0185106314927377
[8] https://www.quironsalud.com/hospital-madrid/es/cartera-servicios/cirugia-cardiaca/guia-paciente/cuidado-tras-alta/instrucciones-postoperatorias-pacientes-protesis-anticoagul/control-laboratorio
[10] https://www.revespcardiol.org/es-nuevos-anticoagulantes-orales-su-papel-articulo-S1131358713700578
[11] https://fundaciondelcorazon.com/blog-impulso-vital/4049-esto-es-lo-que-debes-saber-si-eres-un-paciente-anticoagulado.html
[12] https://www.consejogeneralenfermeria.org/profesion/guias-clinicas/send/67-guias-clinicas/2540-paciente-anticoagulado-recomendaciones-practicas-en-enfermeria
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