Uretrite
- EmergenciasUNO
- há 6 dias
- 2 min de leitura
MANUAL DE MEDICINA DE EMERGÊNCIAS 2025
A uretrite é uma inflamação da uretra causada principalmente por agentes infeciosos, sejam bactérias ou vírus. Esta condição afeta tanto homens como mulheres, embora com diferenças na sua apresentação e prevalência. Segue-se uma análise detalhada dos aspetos mais relevantes desta patologia.
Sintomas
Os sintomas da uretrite podem variar consoante o sexo do paciente e o agente etiológico. Em geral, os sintomas mais comuns incluem:
Dor ou ardor ao urinar (disúria)[1][3]
Aumento da frequência e urgência urinária[1][2]
Secreção uretral, que pode ser mucoide ou purulenta[2][3]
Dor pélvica ou abdominal[1][3]
Prurido uretral[2]
Nos homens, podem surgir sintomas adicionais como:
Dor durante a ejaculação[1][6]
Presença de sangue na urina[1]
Nas mulheres, podem observar-se:
Dor durante as relações sexuais[1][6]
Aumento do corrimento vaginal[6]
É importante destacar que uma percentagem significativa dos casos pode ser assintomática, especialmente nas mulheres[3][6].
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos da uretrite incluem:
Eritema do meato uretral[2]
Edema do meato uretral (carnetite)[6]
Secreção uretral visível[2][3]
Em casos de uretrite gonocócica, a secreção tende a ser mais abundante e de coloração verde-amarelada[2]
Na uretrite não gonocócica, a secreção pode ser mais escassa e de aspeto mucosseroso[5]
Exame Físico
A exploração física nos casos de uretrite deve incluir:
Exame do abdómen e da bexiga[1]
Nos homens: exame do escroto e pénis[1]
Nas mulheres: exame pélvico e abdominal[1]
Inspeção visual do meato uretral para deteção de infeção ou secreção[6]
Palpação dos gânglios inguinais para pesquisa de linfadenopatia[6]
Exames Diagnósticos
O diagnóstico da uretrite baseia-se numa combinação de achados clínicos e exames laboratoriais:
Análise de urina: Para deteção de leucócitos e bactérias[2][3]
Exsudado uretral: Realiza-se coloração de Gram para identificar bactérias e contar leucócitos polimorfonucleares[3][5]
Cultura da secreção uretral: Para identificação de N. gonorrhoeae e outros patógenos[5][6]
Testes de amplificação de ácidos nucleicos (NAAT): Altamente sensíveis e específicos para deteção de N. gonorrhoeae, C. trachomatis e outros agentes[4][6]
PCR na urina: Especialmente útil em casos assintomáticos ou com sintomas ligeiros[6]
Em casos de suspeita de transmissão por via oral ou anal, devem ser colhidas amostras adicionais da faringe e do reto[6].
Tratamento de Emergência
O tratamento inicial da uretrite no serviço de urgência deve incluir:
Avaliação clínica completa e colheita de amostras para exames diagnósticos[4]
Início de tratamento empírico: Na presença de secreção uretral confirmada sem identificação imediata do agente, deve-se tratar para clamídia e gonorreia simultaneamente[4]
Azitromicina 1 g por via oral, dose única
Ceftriaxona 500 mg intramuscular, dose única
Educação do paciente quanto à importância de completar o tratamento e abster-se de relações sexuais até à resolução dos sintomas[1]
Notificação e tratamento dos parceiros sexuais[1]
Seguimento para avaliar a resposta ao tratamento e realizar exames adicionais, se necessário[4]
A uretrite é uma condição comum que requer diagnóstico preciso e tratamento atempado para prevenir complicações e reduzir a transmissão. O manejo adequado na urgência pode melhorar significativamente os desfechos clínicos e epidemiológicos.
Citações
Commentaires