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Uretrite

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A uretrite é uma inflamação da uretra causada principalmente por agentes infeciosos, sejam bactérias ou vírus. Esta condição afeta tanto homens como mulheres, embora com diferenças na sua apresentação e prevalência. Segue-se uma análise detalhada dos aspetos mais relevantes desta patologia.


Sintomas


Os sintomas da uretrite podem variar conforme o sexo do paciente e o agente etiológico. De forma geral, os sintomas mais comuns incluem:


  • Dor ou ardor ao urinar (disúria) [1][3]


  • Aumento da frequência e urgência urinária [1][2]


  • Secreção uretral, que pode ser mucóide ou purulenta [2][3]


  • Dor pélvica ou abdominal [1][3]


  • Prurido uretral [2]


Nos homens, podem apresentar-se sintomas adicionais como:


  • Dor durante a ejaculação [1][6]


  • Presença de sangue na urina [1]


Nas mulheres, podem observar-se:


  • Dor durante as relações sexuais [1][6]


  • Aumento do corrimento vaginal [6]


É importante salientar que uma percentagem significativa dos casos pode ser assintomática, especialmente nas mulheres [3][6].


Sinais Clínicos


Os sinais clínicos da uretrite incluem:


  • Eritema do meato uretral [2]


  • Edema do meato uretral (carnetite) [6]


  • Secreção uretral visível [2][3]


  • Em casos de uretrite gonocócica, a secreção tende a ser mais abundante e de coloração verde-amarelada [2]


  • Na uretrite não gonocócica, a secreção pode ser mais escassa e de aspeto mucossero [5]


Exame Físico


A avaliação física nos casos de uretrite deve incluir:


  • Exame do abdómen e da bexiga [1]


  • Nos homens: avaliação do escroto e pénis [1]


  • Nas mulheres: exame pélvico e abdominal [1]


  • Inspeção visual do meato uretral para deteção de infeção ou secreção [6]


  • Palpação dos gânglios inguinais para deteção de possível linfadenopatia [6]


Exames Diagnósticos


O diagnóstico da uretrite baseia-se numa combinação de achados clínicos e testes laboratoriais:


  • Análise de urina: procura de leucócitos e bactérias [2][3]


  • Exsudado uretral com coloração de Gram: para identificação bacteriana e contagem de leucócitos polimorfonucleares [3][5]


  • Cultura da secreção uretral: para identificar N. gonorrhoeae e outros patógenos [5][6]


  • Testes de amplificação de ácidos nucleicos (NAAT): altamente sensíveis e específicos para deteção de N. gonorrhoeae, C. trachomatis e outros agentes [4][6]


  • PCR na urina: especialmente útil em casos assintomáticos ou com sintomas leves [6]


Nos casos de suspeita de transmissão por via oral ou anal, devem ser colhidas amostras adicionais da faringe e do reto [6].


Abordagem em Situações de Emergência


A abordagem inicial da uretrite nos serviços de urgência deve incluir:


  • Avaliação clínica completa e colheita de amostras para testes diagnósticos [4]


  • Início do tratamento empírico: nos casos com secreção uretral confirmada sem identificação imediata do agente etiológico, recomenda-se tratar simultaneamente para clamídia e gonorreia [4]


    • Azitromicina 1 g por via oral, dose única


    • Ceftriaxona 500 mg por via intramuscular, dose única


  • Educação do paciente quanto à importância de completar o tratamento e de manter abstinência sexual até à resolução dos sintomas [1]


  • Notificação e tratamento dos parceiros sexuais [1]


  • Acompanhamento para avaliação da resposta ao tratamento e realização de exames adicionais, se necessário [4]


A uretrite é uma condição comum que exige diagnóstico preciso e tratamento atempado para prevenir complicações e reduzir a transmissão. A gestão adequada nos serviços de emergência pode melhorar significativamente os resultados clínicos e epidemiológicos.


Citações



 
 
 

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