Tuberculose
- EmergenciasUNO
- 16 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A tuberculose (TB) é uma doença infeciosa causada pelo complexo Mycobacterium tuberculosis, que afeta principalmente os pulmões, embora possa comprometer outros órgãos. A seguir, apresenta‑se uma análise detalhada dos aspetos chave desta patologia.
Sintomas
Os sintomas da tuberculose variam de acordo com a localização e gravidade da infeção. Na tuberculose pulmonar, os sintomas mais comuns incluem:
Tosse persistente por mais de 3 semanas, inicialmente seca e depois produtiva[1][5]
Expetoração que pode conter sangue (hemoptise)[1][5]
Febre, geralmente vespertina[10]
Sudorese noturna[1][5]
Perda de peso e de apetite[1][5]
Fadiga e fraqueza geral[1][5]
É importante salientar que em alguns casos, sobretudo em idosos ou em doentes imunocomprometidos, a apresentação pode ser atípica ou até assintomática[8].
Sinais clínicos
Os sinais clínicos da tuberculose podem ser discretos nas fases iniciais. Alguns dos sinais mais relevantes incluem:
Febre que pode atingir até 39 °C[10]
Taquipneia e dispneia em casos avançados[10]
Caquexia e perda de massa muscular em casos crónicos[1]
Linfadenopatias, sobretudo cervicais, em tuberculose extrapulmonar[5]
Sinais de derrame pleural, como matidez à percussão e redução do murmúrio vesicular[10]
Exame físico
A exploração física de um doente com suspeita de tuberculose deve ser cuidadosa e incluir:
Avaliação do estado geral e sinais vitais[3]
Auscultação pulmonar: podem ser ouvidos estertores crepitantes, roncos ou sibilos localizados[10]
Palpação de gânglios linfáticos, especialmente cervicais e supraclaviculares[5]
Exame de outros órgãos caso exista suspeita de TB extrapulmonar[3]
Deve ressaltar-se que o exame físico pode ser normal nas fases iniciais da doença[10].
Exames diagnósticos
O diagnóstico de tuberculose baseia‑se numa combinação de achados clínicos, radiológicos e microbiológicos. As principais provas diagnósticas incluem:
Teste cutâneo de tuberculina (PPD) ou testes de libertação de interferão‑gama (IGRA)[5]
Radiografia do tórax: pode mostrar infiltrados, cavitações ou adenopatias hiliares[5]
Baciloscopia de expetoração: coloração de Ziehl‑Neelsen para detectar bacilos álcool‑ácido resistentes (BAAR)[3]
Cultura de expetoração em meio de Löwenstein‑Jensen[3]
Testes moleculares como o GeneXpert MTB/RIF para deteção rápida e resistência à rifampicina[6]
Tomografia computorizada (TC) torácica em casos selecionados[5]
Provas adicionais consoante a suspeita de afeção extrapulmonar (análise de líquido pleural, LCR, etc.)[3]
Manejo em urgência
O manejo inicial de um doente com suspeita de tuberculose no serviço de urgência deve incluir:
Isolamento respiratório do doente para prevenir transmissão[3]
Avaliação da estabilidade hemodinâmica e respiratória[3]
Realização urgente de provas diagnósticas: radiografia torácica, baciloscopia de expetoração[3]
Tratamento sintomático conforme necessário (oxigenoterapia, analgesia)[3]
Início de tratamento empírico em casos graves ou com forte suspeita, após recolha de amostras[3]
Avaliação de comorbilidades e fatores de risco (HIV, diabetes, etc.)[3]
Decisão sobre internamento hospitalar ou tratamento ambulatório conforme critérios clínicos e sociais[3]
O diagnóstico e manejo atempado da tuberculose exigem um elevado índice de suspeita, especialmente em grupos de risco. A combinação de uma história clínica detalhada, exame físico rigoroso e exames diagnósticos adequados é fundamental para o controlo desta doença, que continua a ser um problema de saúde pública a nível mundial.
Citações
[6] https://repositorio.unican.es/xmlui/bitstream/handle/10902/21998/AMORROSTA CASTILLO, IRAIDE.pdf[7] https://www.cdc.gov/tb/esp/topic/basics/signsandsymptoms.htm
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