Tosferina
- EmergenciasUNO
- 16 de jun.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A tosferina, também conhecida como coqueluche ou pertussis, é uma infeção respiratória altamente contagiosa causada principalmente pela bactéria Bordetella pertussis[1][2]. Apesar da disponibilidade de vacinas, a tosferina continua a ser um problema de saúde pública a nível mundial, com um aumento significativo de casos nas últimas décadas, mesmo em populações com elevadas taxas de vacinação[2].
Sintomas
A tosferina caracteriza-se por três fases clínicas distintas:
Fase catarral: Dura cerca de 1–2 semanas e apresenta sintomas semelhantes a um constipado comum, incluindo rinorreia, espirros, febrícula e tosse leve[4][8].
Fase paroxística: Estende-se por 2–6 semanas, caracterizada por ataques de tosse violenta e rápida (paroxismos), seguidos de estridor inspiratório típico—o chamado “galo”[4][8].
Fase de convalescença: Pode durar semanas ou meses, com redução gradual da frequência e gravidade dos episódios de tosse[4].
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos mais relevantes incluem:
Tosse paroxística: episódios de tosse rápida e intensa, seguidos do “galo” inspiratório característico[4][8].
Vómitos pós-tosse: frequentemente observados após os ataques de tosse[4][11].
Cianose: especialmente em lactentes, pode ocorrer coloração azulada da pele durante os episódios de tosse[11].
Apneia: particularmente perigosa em crianças com menos de 6 meses[4][11].
Exame Clínico
A exploração médica deve incluir:
Avaliação do estado geral e sinais vitais.
Auscultação pulmonar: geralmente normal entre os paroxismos[1].
Observação dos episódios de tosse, para identificar o “galo” inspiratório[4].
Avaliação de sinais de complicações: cianose, dificuldade respiratória, sinais de desidratação[11].
Testes Diagnósticos
O diagnóstico baseia-se na combinação de achados clínicos e exames laboratoriais:
Cultura nasofaríngea: considerada o padrão-ouro, embora a sensibilidade diminua com a evolução da doença ou uso prévio de antibióticos[3][8].
PCR (reação em cadeia da polimerase): mais sensível do que a cultura, especialmente em fases tardias da doença[3][8].
Serologia: útil em fases tardias, mas não recomendada para diagnóstico no início da infeção[3].
Hemograma: pode mostrar leucocitose com linfocitose relativa[4].
Radiografia torácica: pode estar normal ou mostrar infiltrados perihilares em casos complicados[4].
Manejo em Emergência
O manejo da tosferina no serviço de urgência deve incluir:
Avaliação rápida do estado respiratório e hemodinâmico.
Isolamento respiratório para evitar a transmissão[1].
Oxigenoterapia se necessário, especialmente em lactentes com apneia ou cianose[11].
Início precoce de antibioterapia: eritromicina é o antibiótico de eleição, podendo também ser usadas azitromicina ou claritromicina[4][11].
Manejo da tosse: evitar antitússicos, pois não são eficazes e podem ser prejudiciais[4][11].
Hidratação: garantir ingestão adequada de líquidos; considerar via intravenosa se o vómito for frequente[11].
Decisão de internamento hospitalar: recomendada em lactentes <6 meses, pacientes com complicações ou de alto risco de evoluir para formas graves[11].
A tosferina continua a ser uma doença de grande relevância clínica e epidemiológica. O diagnóstico precoce e o manejo adequado são essenciais para reduzir a morbilidade e mortalidade associadas, especialmente em grupos de alto risco, como os lactentes. A implementação de estratégias preventivas, incluindo vacinação das grávidas e atualização dos esquemas de vacinação em adolescentes e adultos, é crucial para controlar esta doença reemergente.
Citações:
[2] https://www.msdmanuals.com/es/hogar/infecciones/infecciones-bacterianas-bacterias-gramnegativas/tosferina-pertusis
[4] https://www.mayoclinic.org/es/diseases-conditions/whooping-cough/diagnosis-treatment/drc-20378978
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