Tétano
- EmergenciasUNO
- 16 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
O tétano é uma doença infecciosa grave causada pela bactéria Clostridium tetani, que afeta o sistema nervoso e pode ser potencialmente letal. Este artigo aborda os aspetos fundamentais do tétano, incluindo sintomas, sinais clínicos, avaliação, testes diagnósticos e manejo em situações de emergência.
Sintomas
O tétano apresenta sintomas gradualmente, entre 3 e 21 dias após a infeção, com média de 10 dias[2]. Os sintomas mais frequentes são:
Rigidez muscular, especialmente na mandíbula (trismo)
Dificuldade em engolir (disfagia)
Inquietação e irritabilidade
Rigidez no pescoço, braços e pernas
Espasmos musculares dolorosos
Dificuldade em respirar
Febre
Suor excessivo
Taquicardia
Em casos avançados, os pacientes podem sofrer espasmos musculares generalizados e dolorosos que duram vários minutos, frequentemente provocados por estímulos leves como ruídos altos ou contacto físico[2].
Sinais Clínicos
Os principais sinais clínicos incluem:
Trismo ou “mandíbula fechada”
Risus sardónico, expressão típica com sorriso fixo e elevação das sobrancelhas[1]
Opistótono, rigidez corporal com curvatura da coluna e nuca[1]
Espasmos musculares tônicos generalizados
Dificuldade respiratória
Alterações na pressão arterial e frequência cardíaca
Retenção urinária ou obstipação devido a espasmo dos esfíncteres[1]
Avaliação Clínica
A avaliação física deve incluir:
Avaliação da rigidez muscular, especialmente na mandíbula e pescoço
Pesquisa de feridas ou lesões que possam ser a porta de entrada da bactéria
Avaliação da função respiratória
Exame neurológico para avaliar o estado mental e reflexos
Monitorização de sinais vitais, incluíndo tensão arterial, frequência cardíaca e temperatura[1][2]
Testes Diagnósticos
O diagnóstico do tétano baseia-se principalmente na avaliação clínica. Contudo, alguns testes complementares podem ser realizados:
Cultura da ferida: apenas 30% dos casos resultam no isolamento da bactéria[3]
Deteção molecular (PCR) de cepas toxigénicas de C. tetani[3]
Teste de inoculação em ratinho (MIT) para detectar toxina tetânica[3]
Testes gerais de laboratório para avaliar a condição do paciente
É importante salientar que não existe um teste laboratorial amplamente disponível para o diagnóstico definitivo do tétano[8].
Manejo em Emergência
O tétano é uma urgência médica que exige hospitalização imediata. O protocolo de emergência inclui:
Estabilização do paciente
Garantir a via aérea e suporte respiratório, se necessário
Monitorização de sinais vitais
Controlo de espasmos musculares com sedativos como diazepam ou midazolam[7]
Administração de imunoglobulina antitetânica
Deve ser administrada imediatamente para neutralizar a toxina circulante[6][7]
Limpeza e desbridamento da ferida
Remoção de tecido necrótico e corpos estranhos para reduzir produção de toxinas[7]
Antibiótico-terapia
Metronidazol ou penicilina para erradicar C. tetani[1][7]
Manejo de complicações
Controlo da disfunção autonómica com betabloqueantes ou magnésio
Prevenção de tromboembolismo venoso
Suporte nutricional
Imunização ativa
Iniciar ou completar a vacinação antitetânica[6]
O tratamento do tétano exige um enfoque multidisciplinar numa unidade de cuidados intensivos, com atenção especial à prevenção e tratamento de complicações como insuficiência respiratória, disautonomia e fracturas[1][7].
O tétano continua a ser uma doença grave com elevada taxa de mortalidade se não tratado devidamente. O diagnóstico precoce e o manejo rápido e agressivo em situação de emergência são cruciais para melhorar o prognóstico dos doentes — uma condição que, felizmente, é prevenível através da vacinação.
Citações:
[3] https://www.ivami.com/es/microbiologia-clinica/61-clostridium-tetani-toxina-por-inoculacion-deteccion-de-anticuerpos-igg
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