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Septicemia Estafilocócica

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A septicemia estafilocócica é uma condição médica grave causada pela bactéria Staphylococcus aureus, que entra na corrente sanguínea e desencadeia uma resposta inflamatória sistémica potencialmente fatal. Este artigo examina os aspetos-chave desta condição, incluindo os seus sintomas, sinais clínicos, métodos de avaliação, exames diagnósticos e abordagem em contexto de urgência.


Sintomas


Os sintomas da septicemia estafilocócica podem variar em gravidade e apresentação, mas incluem:


  • Febre alta e persistente[1][4]


  • Arrepios[1]


  • Sudorese excessiva sem causa aparente[1]


  • Alterações do estado mental, como confusão ou desorientação[1]


  • Respiração rápida e superficial[1]


  • Fadiga extrema e fraqueza generalizada[1][4]


  • Náuseas e vómitos


  • Dor generalizada


É importante notar que estes sintomas podem variar entre indivíduos e tendem a ser mais pronunciados em populações vulneráveis como crianças com menos de um ano, adultos com mais de 65 anos e pessoas imunocomprometidas[1][4].


Sinais clínicos


Os sinais clínicos observáveis em pacientes com septicemia estafilocócica incluem:


  • Taquicardia (frequência cardíaca elevada)


  • Hipotensão arterial, especialmente em casos de choque séptico[1]


  • Taquipneia (respiração rápida)[1]


  • Pele pálida, fria e sudorosa


  • Hepatomegalia (aumento do fígado)[4]


  • Lesões cutâneas ou abcessos, que podem ser o foco inicial da infeção[3]


  • Alteração do nível de consciência


  • Oligúria (diminuição do volume urinário)


Exame físico


A avaliação física de um paciente com suspeita de septicemia estafilocócica deve ser minuciosa e incluir:


  • Avaliação dos sinais vitais: temperatura, frequência cardíaca, pressão arterial e frequência respiratória[5]


  • Exame detalhado da pele em busca de lesões, abcessos ou sinais de infeção[5]


  • Auscultação pulmonar e cardíaca


  • Palpação abdominal para deteção de hepatomegalia ou outras anomalias[4]


  • Avaliação neurológica para determinar o nível de consciência e função cognitiva[1]


  • Inspeção de possíveis focos de infeção como cateteres intravenosos ou feridas cirúrgicas[3]


Exames diagnósticos


O diagnóstico definitivo da septicemia estafilocócica requer os seguintes exames:


  • Hemoculturas: fundamentais para isolar e identificar S. aureus na corrente sanguínea[2][3]


  • Testes de sensibilidade a antibióticos: essenciais para determinar o tratamento adequado, especialmente em casos de MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina)[2][3]


  • Hemograma completo: para avaliar leucócitos e outros marcadores de infeção


  • Provas de função hepática e renal


  • Provas de coagulação


  • Culturas de outros possíveis focos infeciosos (urina, líquido cefalorraquidiano, feridas)[4]


  • Exames de imagem: radiografias, TAC ou ressonância magnética conforme necessário para identificar focos de infeção[2]


  • Ecocardiograma: para excluir endocardite, especialmente em casos de bacteriemia persistente[5]


Manejo em contexto de urgência


O tratamento da septicemia estafilocócica nas urgências é crítico e deve incluir:


  • Estabilização hemodinâmica: administração de fluidos intravenosos e, se necessário, vasopressores para manter a pressão arterial[1]


  • Início precoce de antibioterapia empírica: geralmente com vancomicina ou outros antibióticos eficazes contra MRSA, como daptomicina ou linezolida[2][5]


  • Colheita de culturas antes do início dos antibióticos


  • Monitorização contínua dos sinais vitais e da função orgânica


  • Manejo da via aérea e suporte respiratório, se necessário


  • Controlo do foco infecioso: drenagem de abcessos ou remoção de dispositivos médicos infetados, quando aplicável[3][5]


  • Avaliação e tratamento de complicações potenciais como coagulação intravascular disseminada ou falência multiorgânica


A identificação rápida e o tratamento agressivo são cruciais para melhorar o prognóstico de pacientes com septicemia estafilocócica. A colaboração multidisciplinar entre médicos de urgência, infeciologistas e intensivistas é essencial para otimizar o manejo desta condição grave.


Citações



 
 
 

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