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Sedação de emergência de um doente violento

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A sedação de emergência de um doente violento é um procedimento crucial no contexto das urgências médicas. Este artigo aborda os aspetos-chave deste processo, incluindo sintomas, sinais clínicos, exame, exames complementares e abordagem em emergência.


Sintomas


Os doentes que requerem sedação de emergência devido a comportamento violento geralmente apresentam os seguintes sintomas característicos:


  • Agitação psicomotora intensa


  • Hostilidade e agressividade verbal ou física


  • Incapacidade de controlo dos impulsos


  • Alteração do juízo e da perceção da realidade


  • Ansiedade extrema ou pânico


  • Hipervigilância e respostas exageradas a estímulos[1][4]


Sinais clínicos


Os sinais clínicos observáveis num doente violento que necessita de sedação de emergência incluem:


  • Hiperatividade motora e movimentos bruscos sem justificação


  • Aumento da tensão muscular


  • Taquicardia e taquipneia


  • Diaforese


  • Midríase


  • Comportamento destrutivo para com objetos ou pessoas


  • Linguagem incoerente ou ameaçadora[1][4]


Exame clínico


A avaliação de um doente agitado e violento apresenta desafios significativos e deve ser realizada com precaução:


  • Avaliação da segurança: Garantir um ambiente seguro para a equipa e o doente


  • Observação à distância: Avaliar o comportamento e sinais vitais visíveis sem aproximação imediata


  • Abordagem verbal: Tentar estabelecer comunicação para avaliar o estado mental


  • Exame físico rápido: Procurar sinais de lesão, intoxicação ou patologia médica subjacente


  • Avaliação neurológica básica: Avaliar nível de consciência, orientação e défice neurológico focal[1][2]


Exames complementares


Os exames diagnósticos são essenciais para excluir causas orgânicas da agitação:


  • Glicemia capilar


  • Análises sanguíneas: Hemograma, bioquímica, tóxicos


  • Gasometria arterial


  • Análise de urina


  • Eletrocardiograma


  • Neuroimagem (TAC ou RMN cerebral) se houver suspeita de patologia intracraniana


  • Punção lombar se houver suspeita de infeção do SNC[1][4]


Abordagem em Emergência


A gestão de um doente violento em contexto de urgência requer uma abordagem estruturada:


Contenção verbal: Tentar acalmar o doente através de técnicas de comunicação eficaz.


Contenção farmacológica: Se a contenção verbal for ineficaz, procede-se à sedação farmacológica. As opções incluem:


  • Benzodiazepinas: Lorazepam ou midazolam


  • Antipsicóticos: Haloperidol ou risperidona


  • Combinação de benzodiazepina e antipsicótico em casos graves[1][3]


Via de administração: Preferir a via oral se o doente colaborar. Caso contrário, utilizar via intramuscular ou intravenosa[3].


Monitorização: Vigiar sinais vitais, nível de consciência e possíveis efeitos adversos da medicação.


Contenção mecânica: Aplicar apenas como último recurso e sob estrita supervisão médica[2][4].


Avaliação contínua: Uma vez sedado, realizar uma avaliação diagnóstica completa para identificar a causa subjacente da agitação[1][3].


Tratamento específico: Iniciar o tratamento da patologia de base após identificação.


Planeamento da alta: Definir um plano de seguimento e prevenção de futuros episódios[4].


A sedação de emergência de um doente violento é um procedimento complexo que exige competência clínica, trabalho em equipa e uma abordagem centrada na segurança do doente e da equipa de saúde.


O objetivo principal é tranquilizar o doente sem induzir sedação profunda ou prolongada, permitindo a avaliação diagnóstica e o início do tratamento específico[1][3][4].


Citações


 
 
 

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