Sedação de emergência de um doente violento
- EmergenciasUNO
- há 5 dias
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A sedação de emergência de um doente violento é um procedimento crucial no contexto das urgências médicas. Este artigo aborda os aspetos-chave deste processo, incluindo sintomas, sinais clínicos, exame, exames complementares e abordagem em emergência.
Sintomas
Os doentes que requerem sedação de emergência devido a comportamento violento geralmente apresentam os seguintes sintomas característicos:
Agitação psicomotora intensa
Hostilidade e agressividade verbal ou física
Incapacidade de controlo dos impulsos
Alteração do juízo e da perceção da realidade
Ansiedade extrema ou pânico
Hipervigilância e respostas exageradas a estímulos[1][4]
Sinais clínicos
Os sinais clínicos observáveis num doente violento que necessita de sedação de emergência incluem:
Hiperatividade motora e movimentos bruscos sem justificação
Aumento da tensão muscular
Taquicardia e taquipneia
Diaforese
Midríase
Comportamento destrutivo para com objetos ou pessoas
Linguagem incoerente ou ameaçadora[1][4]
Exame clínico
A avaliação de um doente agitado e violento apresenta desafios significativos e deve ser realizada com precaução:
Avaliação da segurança: Garantir um ambiente seguro para a equipa e o doente
Observação à distância: Avaliar o comportamento e sinais vitais visíveis sem aproximação imediata
Abordagem verbal: Tentar estabelecer comunicação para avaliar o estado mental
Exame físico rápido: Procurar sinais de lesão, intoxicação ou patologia médica subjacente
Avaliação neurológica básica: Avaliar nível de consciência, orientação e défice neurológico focal[1][2]
Exames complementares
Os exames diagnósticos são essenciais para excluir causas orgânicas da agitação:
Glicemia capilar
Análises sanguíneas: Hemograma, bioquímica, tóxicos
Gasometria arterial
Análise de urina
Eletrocardiograma
Neuroimagem (TAC ou RMN cerebral) se houver suspeita de patologia intracraniana
Punção lombar se houver suspeita de infeção do SNC[1][4]
Abordagem em Emergência
A gestão de um doente violento em contexto de urgência requer uma abordagem estruturada:
Contenção verbal: Tentar acalmar o doente através de técnicas de comunicação eficaz.
Contenção farmacológica: Se a contenção verbal for ineficaz, procede-se à sedação farmacológica. As opções incluem:
Benzodiazepinas: Lorazepam ou midazolam
Antipsicóticos: Haloperidol ou risperidona
Combinação de benzodiazepina e antipsicótico em casos graves[1][3]
Via de administração: Preferir a via oral se o doente colaborar. Caso contrário, utilizar via intramuscular ou intravenosa[3].
Monitorização: Vigiar sinais vitais, nível de consciência e possíveis efeitos adversos da medicação.
Contenção mecânica: Aplicar apenas como último recurso e sob estrita supervisão médica[2][4].
Avaliação contínua: Uma vez sedado, realizar uma avaliação diagnóstica completa para identificar a causa subjacente da agitação[1][3].
Tratamento específico: Iniciar o tratamento da patologia de base após identificação.
Planeamento da alta: Definir um plano de seguimento e prevenção de futuros episódios[4].
A sedação de emergência de um doente violento é um procedimento complexo que exige competência clínica, trabalho em equipa e uma abordagem centrada na segurança do doente e da equipa de saúde.
O objetivo principal é tranquilizar o doente sem induzir sedação profunda ou prolongada, permitindo a avaliação diagnóstica e o início do tratamento específico[1][3][4].
Citações
[2] https://www.analesdepediatria.org/es-atencion-al-paciente-agitado-violento-articulo-S1695403305702538
Comments