Sarampo
- EmergenciasUNO
- 16 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa causada por um vírus da família Paramyxoviridae. Apesar de existir uma vacina eficaz, continua a ser uma causa importante de morbidade e mortalidade em todo o mundo, especialmente em crianças menores de 5 anos[1][5].
Sintomas
Os sintomas do sarampo surgem geralmente entre 10 e 14 dias após a exposição ao vírus. A fase inicial caracteriza-se por:
Febre elevada (pode ultrapassar os 40 °C)
Mal-estar geral
Tosse seca
Rinorreia (secreção nasal)
Conjuntivite (olhos vermelhos e inflamados)
Fotofobia (sensibilidade à luz)[3][6]
Aproximadamente 2–3 dias antes do exantema característico, podem aparecer as manchas de Koplik na mucosa oral, patognomónicas do sarampo[1].
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos mais relevantes incluem:
Exantema maculopapular: surge entre 3–5 dias após o início dos sintomas. Começa na face e por trás das orelhas, propagando‑se ao tronco e membros[3][6].
Manchas de Koplik: pequenas manchas branco‑azuladas com fundo vermelho na mucosa da boca, geralmente junto aos molares inferiores[1][3].
Linfadenopatia generalizada
Hepatoesplenomegalia em alguns casos
Exame Físico
A avaliação deve incluir:
Monitorização de sinais vitais, especialmente a temperatura
Exame da cavidade oral para detetar manchas de Koplik
Inspeção minuciosa da pele, avaliando o exantema e a sua distribuição
Auscultação pulmonar para identificar complicações respiratórias
Avaliação do estado de hidratação e do nível de consciência[10]
Exames Diagnósticos
O diagnóstico baseia‑se principalmente na apresentação clínica, mas pode ser confirmado através de:
Serologia: deteção de anticorpos IgM específicos contra o vírus do sarampo no soro — método mais comum e fiável[5]
RT‑PCR: deteção de ARN viral em amostras de sangue, urina ou colheita nasofaríngea[5]
Isolamento viral: em culturas celulares, embora seja menos utilizado clinicamente[5]
Exames complementares: hemograma completo, avaliação da função hepática e renal, e radiografia torácica em casos de suspeita de complicações[10]
Manejo em Emergências
O tratamento em contexto de urgência foca‑se no suporte e prevenção de complicações:
Isolamento: aplicar medidas de isolamento respiratório para prevenir a transmissão[10]
Hidratação: garantir hidratação adequada, recorrendo a fluidoterapia intravenosa em casos graves[6]
Controle da febre: administração de antipiréticos como paracetamol ou ibuprofeno[10]
Suplementação com vitamina A: recomendada pela OMS, sobretudo em crianças com défice nutricional[5][10]
Manejo de complicações: tratar de forma específica problemas como pneumonia, encefalite ou diarreia grave[5]
Notificação: reportar o caso às autoridades de saúde pública competentes[11]
Profilaxia pós-exposição: considerar imunoglobulina para pacientes de alto risco expostos ao vírus[10]
O sarampo continua a ser uma doença de extrema relevância em saúde pública. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para prevenir complicações e reduzir a transmissão. A vacinação permanece como a estratégia mais eficaz para o seu controlo e eventual erradicação a nível mundial[1][5][11].
Citações:
[2] https://www.healthychildren.org/Spanish/safety-prevention/immunizations/Paginas/Protecting-Your-Baby-from-a-Measles-Outbreak-FAQs.aspx
Comments