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Sarampo

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa causada por um vírus da família Paramyxoviridae. Apesar de existir uma vacina eficaz, continua a ser uma causa importante de morbidade e mortalidade em todo o mundo, especialmente em crianças menores de 5 anos[1][5].


Sintomas


Os sintomas do sarampo surgem geralmente entre 10 e 14 dias após a exposição ao vírus. A fase inicial caracteriza-se por:


  • Febre elevada (pode ultrapassar os 40 °C)


  • Mal-estar geral


  • Tosse seca


  • Rinorreia (secreção nasal)


  • Conjuntivite (olhos vermelhos e inflamados)


  • Fotofobia (sensibilidade à luz)[3][6]


Aproximadamente 2–3 dias antes do exantema característico, podem aparecer as manchas de Koplik na mucosa oral, patognomónicas do sarampo[1].


Sinais Clínicos


Os sinais clínicos mais relevantes incluem:


  • Exantema maculopapular: surge entre 3–5 dias após o início dos sintomas. Começa na face e por trás das orelhas, propagando‑se ao tronco e membros[3][6].


  • Manchas de Koplik: pequenas manchas branco‑azuladas com fundo vermelho na mucosa da boca, geralmente junto aos molares inferiores[1][3].


  • Linfadenopatia generalizada


  • Hepatoesplenomegalia em alguns casos


Exame Físico


A avaliação deve incluir:


  • Monitorização de sinais vitais, especialmente a temperatura


  • Exame da cavidade oral para detetar manchas de Koplik


  • Inspeção minuciosa da pele, avaliando o exantema e a sua distribuição


  • Auscultação pulmonar para identificar complicações respiratórias


  • Avaliação do estado de hidratação e do nível de consciência[10]


Exames Diagnósticos


O diagnóstico baseia‑se principalmente na apresentação clínica, mas pode ser confirmado através de:


  • Serologia: deteção de anticorpos IgM específicos contra o vírus do sarampo no soro — método mais comum e fiável[5]


  • RT‑PCR: deteção de ARN viral em amostras de sangue, urina ou colheita nasofaríngea[5]


  • Isolamento viral: em culturas celulares, embora seja menos utilizado clinicamente[5]


  • Exames complementares: hemograma completo, avaliação da função hepática e renal, e radiografia torácica em casos de suspeita de complicações[10]


Manejo em Emergências


O tratamento em contexto de urgência foca‑se no suporte e prevenção de complicações:


  • Isolamento: aplicar medidas de isolamento respiratório para prevenir a transmissão[10]


  • Hidratação: garantir hidratação adequada, recorrendo a fluidoterapia intravenosa em casos graves[6]


  • Controle da febre: administração de antipiréticos como paracetamol ou ibuprofeno[10]


  • Suplementação com vitamina A: recomendada pela OMS, sobretudo em crianças com défice nutricional[5][10]


  • Manejo de complicações: tratar de forma específica problemas como pneumonia, encefalite ou diarreia grave[5]


  • Notificação: reportar o caso às autoridades de saúde pública competentes[11]


  • Profilaxia pós-exposição: considerar imunoglobulina para pacientes de alto risco expostos ao vírus[10]


O sarampo continua a ser uma doença de extrema relevância em saúde pública. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para prevenir complicações e reduzir a transmissão. A vacinação permanece como a estratégia mais eficaz para o seu controlo e eventual erradicação a nível mundial[1][5][11].


Citações:


 
 
 

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