Síndromes coronarios agudos
- EmergenciasUNO
- 11 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A síndrome coronária aguda (SCA) engloba um conjunto de condições cardíacas graves causadas por uma redução súbita do fluxo sanguíneo para o miocárdio, podendo resultar em isquemia miocárdica transitória ou permanente. Este artigo aborda os principais aspetos clínicos e terapêuticos desta condição.
Sintomas
Os sintomas típicos da SCA incluem dor torácica opressiva, que pode irradiar para o braço esquerdo, pescoço, mandíbula ou dorso. Esta dor é geralmente persistente e associa-se a dispneia, sudorese intensa, náuseas e tonturas.
Em casos mais graves, podem surgir síncope ou palpitações. Importa destacar que mulheres e idosos podem apresentar sintomas atípicos, como fadiga extrema ou desconforto abdominal inespecífico[2][4][6].
Sinais Clínicos
Na avaliação física, os sinais clínicos podem incluir taquicardia, hipotensão arterial, diaforese e sinais de insuficiência cardíaca, como estertores pulmonares ou edema periférico. Em situações mais severas, pode verificar-se instabilidade hemodinâmica ou choque cardiogénico[2][6].
Avaliação Clínica
A avaliação inicial deve incluir uma anamnese detalhada, com identificação de fatores de risco cardiovascular (como hipertensão, diabetes mellitus e tabagismo), e exame físico centrado na deteção de sinais de isquemia ou falência cardíaca. Recomenda-se a realização de um eletrocardiograma (ECG) nos primeiros 10 minutos após o contacto clínico, para identificar alterações isquémicas como desvios do segmento ST[6].
Meios Complementares de Diagnóstico
O diagnóstico da SCA baseia-se em:
Eletrocardiograma (ECG): Deteta alterações isquémicas, como elevação ou depressão do segmento ST.
Biomarcadores cardíacos: A troponina é essencial para confirmar lesão miocárdica.
Ecocardiograma: Avalia a função ventricular e possíveis complicações.
Angiografia coronária: Visualiza obstruções arteriais e pode ser realizada de forma urgente em casos de alto risco[1][2][4].
Abordagem na Urgência
O tratamento inicial da SCA visa estabilizar o doente e restaurar o fluxo coronário. As medidas incluem:
Oxigenoterapia se houver hipoxemia.
Terapêutica antitrombótica: Administração de ácido acetilsalicílico, inibidores do receptor P2Y12 (clopidogrel) e anticoagulantes.
Reperfusão coronária: Através de angioplastia primária em doentes com enfarte com supradesnivelamento do segmento ST (EAM com supradesnivelamento - EAMST), ou fibrinólise caso a angioplastia não esteja disponível de imediato.
Controlo da dor: Com nitratos sublinguais ou intravenosos e morfina, se necessário.
Monitorização contínua: Para deteção precoce de arritmias ou outras complicações[3][6].
A síndrome coronária aguda é uma emergência médica que requer diagnóstico rápido e abordagem terapêutica integral. A identificação precoce através dos sintomas, sinais clínicos e exames complementares é fundamental para melhorar o prognóstico e reduzir a mortalidade associada a esta condição prevalente.
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