Síndrome Respiratório Agudo Severo (SARS)
- EmergenciasUNO
- 16 de jun.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
O síndrome respiratório agudo severo (SARS) é uma doença respiratória viral potencialmente mortal causada pelo coronavírus SARS‑CoV. Foi reconhecida como uma ameaça global em março de 2003, surgindo no sul da China em novembro de 2002 e espalhando‑se rapidamente por mais de 24 países[1][2]. Embora não se tenham detetado casos desde 2004, o SARS mostrou o quão rapidamente uma infeção pode espalhar‑se num mundo altamente móvel e interconectado[2].
Sintomas
Os sintomas do SARS surgem geralmente entre 2 e 10 dias após o contacto com o vírus[4]. Inicialmente, apresenta‑se uma fase febril com sintomas semelhantes aos da gripe:
Febre elevada (> 38 °C), muitas vezes até 40 °C
Calafrios e arrepios
Cefaleia
Mal‑estar geral
Mialgias
Fadiga
Em alguns casos, também se verifica:
Anorexia
Tonturas
Odinofagia
Náuseas e vómitos[3]
Após 3 a 7 dias, os doentes entram na fase respiratória, caracterizada por:
Tosse seca
Dispneia
Hipoxemia, que pode progredir rapidamente para insuficiência respiratória[2][3]
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos mais relevantes incluem:
Febre persistente (> 38 °C)
Taquipneia
Taquicardia
Hipoxemia
Em casos graves, desenvolvimento de síndrome de desconforto respiratório agudo (SDRA)[1][5]
Exame Físico
O exame pode revelar:
Respiração curta
Sons respiratórios anormais, especialmente nas bases pulmonares
Crepitações
Transmissão aumentada das vibrações vocais
Sopro tubárico
Matidez à percussão
Egofonia[3][6]
Importa salientar que os achados ao exame físico podem ser mínimos em comparação com anormalidades radiológicas[3].
Exames Diagnósticos
O diagnóstico baseia-se numa combinação de critérios clínicos, epidemiológicos e laboratoriais:
Radiografia torácica: infiltrações pulmonares compatíveis com pneumonia ou SDRA[1][5]
Tomografia computorizada (TC): pode mostrar opacidades em vidro fosco e consolidações, predominantemente subpleurais e posteriores[3]
Exames laboratoriais:
Hemograma: leucopenia, linfopenia, trombocitopenia[3]
Bioquímica: elevação de LDH, CPK, transaminases hepáticas[3]
Coagulação: TTPA prolongado, elevação de D‑dímeros[3]
Testes específicos para SARS‑CoV:
PCR: deteção de ARN viral[3][5]
Serologia: ELISA ou imunofluorescência indireta para anticorpos[3][5]
Isolamento viral em cultura celular[3][5]
Manejo em Emergência
O manejo do SARS em contexto de emergência assenta em suporte clínico e prevenção da transmissão:
Isolamento imediato em quarto com pressão negativa[1][2]
Uso de equipamento de proteção individual (EPI) pelo pessoal clínico[1]
Oxigenoterapia para garantir saturações adequadas[2][6]
Ventilação mecânica em casos graves[2][6]
Tratamento sintomático: antipiréticos para febre e fluidoterapia[6]
Antibióticos de amplo espectro para complicações bacterianas secundárias[4][6]
Monitorização estreita de sinais vitais e função respiratória[6]
Notificação imediata às autoridades de Saúde Pública[1][2]
Embora não exista tratamento específico comprovado para o SARS, foram usados antivirais como ribavirina e corticosteroides em alguns casos, sem evidência clara de eficácia[2][4].
O SARS representa um desafio significativo para os sistemas de saúde devido à sua propagação rápida e potencial gravidade. A deteção precoce, isolamento e suporte clínico são cruciais para o seu manejo eficaz.
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