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Síndrome do Nódulo Sinusal Doente

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



O síndrome do nódulo sinusal doente (SNSD), também conhecido como disfunção do nódulo sinusal, é um distúrbio do ritmo cardíaco que afeta o marcapasso natural do coração, o nódulo sinoauricular (SA)[1][2].


Esta condição é caracterizada pela incapacidade do nódulo SA de gerar impulsos elétricos adequados ou de os propagar eficientemente para as aurículas, resultando numa variedade de manifestações clínicas e eletrocardiográficas[5].

Sintomas


Os sintomas do SNSD podem variar amplamente entre os doentes, e alguns podem ser assintomáticos. Os sintomas mais comuns incluem:


  • Tonturas ou sensação de desmaio


  • Síncope


  • Confusão intermitente


  • Palpitações cardíacas


  • Dor torácica


  • Angina de peito


  • Falta de ar


  • Fadiga


  • Mialgias[1]


É importante destacar que a gravidade e a duração da bradiarritmia influenciam a apresentação dos sintomas. Em casos de bradicardia grave e prolongada, os doentes podem apresentar síncope súbita, enquanto que em situações menos severas, podem surgir fraqueza, dispneia de esforço, insuficiência cardíaca, angina ou acidentes isquémicos transitórios[7].


Sinais Clínicos


Os sinais clínicos do SNSD podem ser sutis e difíceis de detetar. Contudo, incluem frequentemente:


  • Pulso lento (bradicardia)


  • Pulso irregular


  • Pulso com variações significativas sem alteração da atividade


  • Pulso que não acelera adequadamente durante o esforço (incompetência cronotrópica)[2][6]


Exame Clínico


Durante a avaliação física, o médico pode identificar:


  • Irregularidades nos batimentos cardíacos à auscultação


  • Bradicardia sinusal persistente


  • Alternância entre ritmos cardíacos muito lentos e muito rápidos (síndrome taquicardia-bradicardia)[1][2]


É fundamental realizar uma anamnese completa e obter uma descrição detalhada dos sintomas para orientar o diagnóstico.


Exames Diagnósticos


O diagnóstico do SNSD baseia-se numa combinação de achados clínicos e testes complementares. Os principais exames incluem:


  • Eletrocardiograma (ECG): É o exame mais eficaz para diagnosticar arritmias, permitindo a análise das correntes elétricas cardíacas[1][3].


  • Monitorização Holter: Registo contínuo da frequência e ritmo cardíaco durante 24 horas ou mais[1].


  • Monitor de eventos: Equipamento que regista alterações cardíacas que podem não ocorrer num período de 24 horas[1].


  • Estudos eletrofisiológicos (EEF): Realizados em laboratório de hemodinâmica para mapear detalhadamente o sistema de condução elétrica cardíaco[1].


  • Holter ou monitor de eventos domiciliar por 24 a 48 horas[6].


Abordagem em Situações de Emergência


O manejo do SNSD em contexto de urgência depende da apresentação clínica e da gravidade dos sintomas. As intervenções podem incluir:


  • Avaliação rápida dos sinais vitais e do estado hemodinâmico


  • Monitorização cardíaca contínua


  • Administração de atropina em casos de bradicardia sintomática


  • Uso de marcapasso transcutâneo temporário em bradicardias graves não responsivas à atropina


  • Tratamento de taquiarritmias associadas com antiarrítmicos, se necessário


  • Consideração da implantação de um marcapasso permanente em casos selecionados[1][3]


O síndrome do nódulo sinusal doente é uma condição complexa que exige uma abordagem diagnóstica e terapêutica multifatorial. A compreensão dos sintomas, sinais clínicos, exame físico e meios complementares de diagnóstico é essencial para um manejo eficaz, sobretudo em situações de emergência.


O tratamento a longo prazo geralmente inclui a implantação de um marcapasso permanente, mas o tratamento agudo nas emergências centra-se na estabilização do doente e no controlo das arritmias associadas.


Citações



 
 
 

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