Síndrome do Choque Séptico
- EmergenciasUNO
- 16 de jun.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A síndrome do choque séptico é uma condição médica grave que representa a forma mais severa de sépsis. Caracteriza-se por uma resposta inflamatória sistémica desregulada a uma infeção, que conduz a disfunção orgânica múltipla e colapso cardiovascular[1][2].
Sintomas
Os sintomas do choque séptico podem ser variáveis e inespecíficos, mas geralmente incluem:
Febre alta ou hipotermia
Taquicardia
Taquipneia
Confusão ou alterações do estado mental
Fraqueza generalizada
Dor abdominal (em casos de infeção intra-abdominal)
Náuseas e vómitos
Diarreia[1][3]
Sinais clínicos
Os sinais clínicos mais relevantes no choque séptico incluem:
Hipotensão arterial (pressão arterial sistólica <90 mmHg ou queda >40 mmHg em relação ao basal)
Taquicardia (frequência cardíaca >90 bpm)
Taquipneia (frequência respiratória >20 rpm)
Oligúria (<0,5 ml/kg/h)
Alteração do estado de consciência
Pele fria, pálida e sudorosa
Tempo de enchimento capilar prolongado (>2 segundos)[1][3][5]
Exame físico
O exame físico deve ser minucioso e sistemático, incluindo:
Avaliação do estado de consciência (escala de Glasgow)
Medição dos sinais vitais (PA, FC, FR, temperatura)
Avaliação da perfusão periférica (enchimento capilar, temperatura das extremidades)
Auscultação cardiopulmonar
Palpação abdominal
Inspeção da pele e mucosas em busca de sinais de infeção ou púrpura[3][6]
Exames diagnósticos
Os exames essenciais no choque séptico incluem:
Hemograma completo
Bioquímica sanguínea (função renal e hepática)
Gasometria arterial
Lactato sérico
Hemoculturas e culturas de outros locais suspeitos
Provas de coagulação (TP, INR, TTPa)
Radiografia torácica
Eletrocardiograma
Ecocardiograma (em casos selecionados)
Exames de imagem adicionais conforme a suspeita clínica (TC, ecografia)[1][3][6]
Abordagem em contexto de urgência
O tratamento inicial do choque séptico nas urgências deve ser rápido e agressivo, seguindo o princípio da “hora dourada”:
Reanimação com fluidos: administração de cristaloides (30 ml/kg nas primeiras 3 horas)
Início precoce de antibioterapia empírica de largo espectro (na primeira hora)
Colheita de culturas antes do início dos antibióticos
Medição do lactato sérico e reavaliação se elevado
Início de vasopressores se a hipotensão persistir após a reanimação (norepinefrina como primeira escolha)
Monitorização hemodinâmica contínua
Suporte ventilatório se necessário
Controlo do foco infecioso (drenagem de abcessos, desbridamento de tecidos necróticos, etc.)
Considerar o uso de corticosteroides em casos de choque refratário
Prevenção de complicações (profilaxia de trombose venosa profunda, proteção gástrica, controlo glicémico)[1][2][3][7]
O reconhecimento e tratamento precoce do choque séptico são cruciais para melhorar o prognóstico. A implementação de protocolos padronizados e o trabalho em equipa multidisciplinar são fundamentais para otimizar o manejo destes doentes críticos.
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