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Síndrome de Munchausen

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A síndrome de Munchausen é uma perturbação factícia na qual os indivíduos produzem ou exageram deliberadamente sintomas de doenças sem um benefício externo aparente. Esta perturbação mental enigmática coloca desafios significativos ao diagnóstico e tratamento, exigindo uma abordagem cuidadosa e multidisciplinar.


Sintomas


Os pacientes com síndrome de Munchausen apresentam uma variedade de sintomas que podem ser tanto físicos como psicológicos:


  • Relatos dramáticos e exagerados de sintomas médicos[1][4]


  • Histórico médico complexo com múltiplas hospitalizações[1]


  • Procura constante de atenção médica e de procedimentos invasivos[1]


  • Sintomas que não respondem ao tratamento convencional[4]


  • Surgimento de novos sintomas quando os anteriores se resolvem[1]


É importante salientar que estes pacientes podem autoinduzir sintomas por vários meios, como ingestão de substâncias ou autoagressões[1].


Sinais clínicos


Os sinais clínicos da síndrome de Munchausen podem ser difíceis de identificar devido à natureza enganadora da perturbação. No entanto, alguns sinais comuns incluem:


  • Discrepâncias entre os sintomas relatados e os achados objetivos[1]


  • Resultados de exames médicos inconsistentes ou inexplicáveis[1]


  • Ausência de melhoria apesar do tratamento adequado[4]


  • Disposição incomum para se submeter a procedimentos médicos invasivos[1]


  • Conhecimento médico surpreendentemente detalhado para um paciente[6]


Exame clínico


A avaliação de pacientes com suspeita de síndrome de Munchausen deve ser minuciosa e cuidadosa:


  • Revisão detalhada do historial clínico, incluindo hospitalizações anteriores e tratamentos[1][2]


  • Exame físico completo para identificar sinais de autoagressão ou manipulação[1]


  • Avaliação psiquiátrica para compreender o estado mental e as motivações subjacentes[1]


  • Observação do comportamento do paciente durante a hospitalização[6]


Exames complementares


O diagnóstico da síndrome de Munchausen baseia-se principalmente na exclusão de outras patologias e na identificação de padrões comportamentais característicos:


  • Análises de sangue, urina e outros testes laboratoriais para excluir doenças orgânicas[2]


  • Estudos de imagem como radiografias ou ressonâncias magnéticas para avaliar sintomas físicos[2]


  • Testes psicológicos para avaliar o estado mental e a personalidade[1]


  • Revisão de registos clínicos anteriores para identificar padrões de procura de cuidados médicos[1][4]


É crucial que estes exames sejam realizados de forma coordenada, evitando procedimentos desnecessários que possam reforçar o comportamento do paciente[7].


Abordagem em Emergência


O tratamento de pacientes com síndrome de Munchausen no serviço de urgência exige uma abordagem cuidadosa e multidisciplinar:


  • Priorizar a segurança do paciente e prevenir autoagressões[4]


  • Realizar uma avaliação médica completa para excluir condições potencialmente fatais[7]


  • Evitar procedimentos invasivos desnecessários[1]


  • Consultar especialistas em saúde mental para avaliação psiquiátrica[7]


  • Manter uma comunicação clara e consistente com o paciente, evitando confronto direto[6]


  • Coordenar com outros prestadores de cuidados para estabelecer um plano de tratamento coerente[4]


O objetivo principal em contexto de emergência é garantir a segurança do paciente sem reforçar comportamentos de procura médica inadequada.


A síndrome de Munchausen representa um desafio significativo para os profissionais de saúde. O seu diagnóstico requer um elevado índice de suspeição, uma avaliação exaustiva e uma abordagem multidisciplinar.


A gestão eficaz implica um equilíbrio delicado entre oferecer os cuidados médicos necessários e evitar o reforço do comportamento patológico. A investigação contínua e a formação dos profissionais de saúde são fundamentais para melhorar o reconhecimento e tratamento desta complexa perturbação.


Citações


 
 
 

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