Rutura do Tendão de Aquiles
- EmergenciasUNO

- 22 de jul.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES
A rutura do tendão de Aquiles é uma lesão grave, caracterizada pelo rompimento parcial ou total do tendão que liga os músculos gastrocnémio e sóleo ao osso do calcanhar (calcâneo). É mais comum em indivíduos ativos, especialmente entre os 30 e 50 anos, e geralmente ocorre durante atividades desportivas que envolvem saltos ou mudanças bruscas de direção.
Os sintomas incluem dor súbita e aguda na parte posterior da perna, frequentemente descrita como uma sensação de “estalo” ou “rasgão”, seguida de fraqueza e incapacidade de caminhar ou de se colocar em bicos de pés.
Diagnóstico
O diagnóstico é essencialmente clínico e baseia-se na história de dor súbita seguida de perda da função do tornozelo. Ao exame físico, pode palpar-se uma depressão no trajeto do tendão, e a prova de Thompson é positiva (ausência de flexão plantar ao comprimir a barriga da perna).
A ecografia ou a ressonância magnética (RM) são úteis para confirmar a extensão da rutura e auxiliar no planeamento terapêutico.
Diagnóstico Diferencial
Condição | Diferenciação Principal |
Tendinopatia de Aquiles | Dor progressiva sem perda súbita de força nem estalido; piora com a atividade física. |
Rotura do músculo gastrocnémio | Dor na barriga da perna associada a esforço físico, com manutenção da flexão plantar. |
Bursite retrocalcânea | Dor e edema na parte posterior do calcanhar, sem falha tendinosa palpável. |
Rotura do tendão tibial posterior | Dor medial no tornozelo, com colapso do arco plantar; não afeta o tendão de Aquiles. |
Fratura do calcâneo | Dor intensa após trauma direto, dificuldade para caminhar, visível na radiografia. |
Abordagem em Urgência
O tratamento inicial nas urgências inclui a imobilização do pé em flexão plantar (posição de relaxamento do tendão), com administração de analgésicos e AINEs para controlo da dor.
É necessária referência urgente para ortopedia, dado que a maioria das ruturas completas exige intervenção cirúrgica. Em caso de dúvida diagnóstica, é recomendada ecografia ou RM para confirmação.
Tratamento Definitivo
A abordagem depende da idade do paciente, do seu nível de atividade física e da gravidade da lesão:
Tratamento cirúrgico: Envolve a sutura direta do tendão rompido. É a opção preferencial para pacientes jovens ou desportistas, devido ao menor risco de nova rutura e à recuperação funcional mais rápida. Após a cirurgia, procede-se à imobilização e reabilitação intensiva.
Tratamento conservador: Consiste na imobilização com bota ortopédica ou gesso com o pé em flexão plantar, permitindo a cicatrização natural do tendão. Indicado para pacientes mais idosos ou com menor exigência funcional. Apresenta maior risco de rerutura em comparação com o tratamento cirúrgico. A fisioterapia é igualmente essencial neste caso.

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