top of page

Rubéola (Sarampo alemão)

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



Maneio da Rubéola (Sarampo Alemão)


Maneio em pessoas não grávidas


A rubéola é geralmente uma doença ligeira e autolimitada. O tratamento baseia-se em medidas de suporte:


  • Descanso


  • Hidratação adequada


  • Paracetamol ou ibuprofeno para aliviar sintomas (febre, mal-estar, artralgias)


Evitar contacto próximo com outras pessoas durante pelo menos 5 dias após o aparecimento do exantema, com especial cuidado em mulheres grávidas não imunizadas.

As pessoas em contacto com um caso confirmado devem ser acompanhadas por sintomas. Se surgirem, devem evitar contacto com grávidas e procurar um médico de imediato.


Maneio em mulheres grávidas


Se se suspeitar ou confirmar rubéola em grávida, deve ser notificado de imediato ao Equipa de Proteção da Saúde (HPT), pois é doença de notificação obrigatória.


Deve realizar testes serológicos, independentemente do estado imunitário ou da fase da gravidez, para confirmar o diagnóstico.


Se o diagnóstico for confirmado no primeiro trimestre (antes das 20 semanas), a mulher deve ser encaminhada urgentemente para obstetra especializado para avaliação e aconselhamento. Existe elevado risco de síndrome da rubéola congénita (SRC), especialmente se a infeção ocorrer nas primeiras 8–10 semanas.


Após as 20 semanas, o risco de SRC é baixo; pode tranquilizar-se a paciente de que não há casos documentados de malformações congénitas.


Medidas Preventivas


  • Garantir que pessoas suscetíveis (sem vacinação prévia ou sem infecção anterior) recebam a vacina tríplice vírica (MMR) após recuperação.


  • Em mulheres em idade fértil, deve evitar-se gravidez durante pelo menos 4 semanas após a vacinação.


  • Higiene pessoal rigorosa: lavar mãos frequentemente, cobrir boca e nariz ao tossir/espirrar, usar lenços descartáveis.


Diagnóstico


A rubéola não se diagnostica só clínicamente — os sintomas não são específicos; é necessária confirmação laboratorial.


Sintomas clínicos


  • Rubéola assintomática: até 50% dos casos


  • Sintomáticos: sintomas surgem entre 2–3 semanas após exposição:


    • Exantema maculopapular cor-de-rosa/vermelho claro, começa na face/pescoço, dura 3–4 dias


    • Linfadenopatia: suboccipital, pré-auricular e cervical, 5–10 dias antes do exantema, pode durar até 2 semanas depois


    • Artrite/artralgia: comum em adultos, até 70% dos casos


    • Sintomas inespecíficos: febre baixa, mal-estar, cefaleias, sintomas ligeiros respiratórios superiores, conjuntivite não purulenta


Avaliação clínica


  • Investigação de viagens recentes ou contacto com casos de rubéola


  • Alta vigilância em grávidas nas primeiras 20 semanas, mesmo com vacinação prévia


Exames laboratoriais


  • Sorologia: anticorpos IgM e IgG contra rubéola


  • Podem usar-se amostras de salivas em diagnósticos recentes


Diagnóstico Diferencial


Deve considerar outras condições com sintomas semelhantes:


  • Parvovirus B19: exantema em “bochechas com bofetão” + artrite (em adultos)


  • Sarampo: erupção maculopapular + febre alta e sintomas respiratórios


  • Outros vírus: herpesvírus 6 (roséola), enterovírus, citomegalovírus


  • Escarlatina, síndrome de Kawasaki, toxoplasmose, sífilis



Definição


A rubéola, também chamada sarampo alemão, é doença viral causada por um togavírus da família Rubivirus, transmitida por contacto direto ou gotículas respiratórias. Apesar de geralmente ligeira em crianças, pode ser grave se contraída durante a gravidez, causando síndrome da rubéola congénita (SRC).


A vacinação reduziu drasticamente a rubéola em muitos países, mas ainda representa um desafio nalgumas regiões com baixa cobertura vacinal.

 
 
 

Comments


bottom of page