Reações Distónicas
- EmergenciasUNO

- 18 de jul.
- 2 min de leitura
MANUAL DE URGÊNCIAS MENORES
As reações distónicas consistem em contrações musculares involuntárias e sustentadas que resultam em posturas anormais ou espasmos. Estas manifestações são, na maioria dos casos, induzidas por medicamentos, especialmente os que bloqueiam os recetores de dopamina, como os antipsicóticos e alguns antieméticos (por exemplo, a metoclopramida).
As distonias podem afetar qualquer grupo muscular, mas ocorrem com maior frequência no pescoço (torcicolo), mandíbula (trismo), olhos (crise oculógira) e membros.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico, baseado no início súbito de movimentos involuntários, posturas anómalas ou espasmos musculares após a administração de fármacos conhecidos por induzir distonia. Os sintomas podem surgir horas ou dias após o início da terapêutica.
O exame físico revela contrações musculares sustentadas ou espasmos dolorosos. É essencial excluir causas neurológicas ou estruturais. A história recente de uso de antipsicóticos, metoclopramida ou outros fármacos dopaminérgicos auxilia na confirmação do diagnóstico.
Diagnóstico Diferencial
Patologia | Características |
Síndrome neuroléptico maligno | Rigidez muscular, hipertermia, alterações do estado mental; associado a antipsicóticos |
Crise convulsiva | Movimentos musculares rítmicos com perda de consciência |
Tétano | Espasmos musculares generalizados, geralmente com história de ferida contaminada |
Espasmo hemifacial | Movimentos involuntários faciais, sem relação medicamentosa |
Enxaqueca basilar | Cefaleia com crise oculógira, sem associação com medicamentos |
Abordagem em Urgência
O tratamento imediato consiste na administração de um anticolinérgico, como biperideno ou benztropina, que geralmente reverte os sintomas de forma rápida. Diazepam ou lorazepam também podem ser utilizados como adjuvantes para o alívio dos espasmos musculares.
É fundamental suspender o medicamento causador. O paciente deve ser monitorizado até à resolução completa do quadro, de forma a prevenir recorrências.
Tratamento Definitivo
O tratamento definitivo consiste na suspensão ou ajuste da dose do fármaco responsável pela reação distónica. Caso o uso de antipsicóticos seja indispensável, poderá ser necessário recorrer a medicamentos com menor risco de efeitos extrapiramidais ou ajustar o regime terapêutico.
Em determinadas situações, pode justificar-se a profilaxia com anticolinérgicos ou benzodiazepinas se a suspensão do agente não for viável. É fundamental educar o paciente quanto à identificação precoce dos sintomas, permitindo a intervenção atempada e evitando episódios futuros.

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