Pálpebras coladas com “Superglue”
- EmergenciasUNO

- 2 de jul.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
As lesões oculares por cola instantânea, conhecida como “Superglue”, representam uma emergência oftalmológica que requer atenção médica imediata. Este artigo aborda os aspetos clínicos e o manejo desta condição.
Sintomas
Os pacientes com lesões oculares causadas por superglue geralmente apresentam:
Dor ocular intensa[1][4]
Sensação de ardor e comichão[2][4]
Incapacidade de abrir os olhos[3][4]
Lacrimejo excessivo[2]
Fotofobia[3]
A intensidade dos sintomas pode variar consoante a quantidade de cola em contacto com o olho e o tempo decorrido desde a exposição.
Sinais clínicos
A avaliação clínica revela vários sinais característicos:
Congestão conjuntival (77% dos casos)[3]
Partículas de cola polimerizada aderidas às pestanas e pálpebras (52% dos casos)[3]
Anquilobléfaro químico (fusão anormal das margens palpebrais)[1][4]
Abrasões conjuntivais e corneanas[3][4]
Queratopatia pontuada superficial[1]
Em casos mais graves, pode observar-se edema palpebral significativo e dificuldade em separar as pálpebras[3].
Avaliação
A avaliação oftalmológica deve ser realizada com precaução:
Avaliação inicial da abertura palpebral[3]
Separação cuidadosa das pálpebras, se possível[3]
Exame detalhado da superfície ocular, incluindo córnea e conjuntiva[3]
Medição do tamanho de qualquer defeito epitelial corneano[3]
Em crianças ou casos complicados, pode ser necessário realizar a avaliação sob anestesia geral[3].
Exames complementares
O diagnóstico baseia-se principalmente na história clínica e no exame físico. No entanto, podem ser realizados alguns exames adicionais:
Fotografias especiais das glândulas produtoras de óleo nas pálpebras[5]
Coloração com fluoresceína para avaliar defeitos epiteliais corneanos[3]
Medição da acuidade visual[3]
Abordagem de emergência
O tratamento imediato é crucial e deve seguir os seguintes passos:
Irrigação ocular imediata com água morna[2][3][4]
Separação cuidadosa das pálpebras[3][4]
Se não for possível, pode ser necessário cortar as pestanas[3]
Remoção da cola aderida às pestanas e superfície ocular[3][4]
Utilização de pinça para retirar cuidadosamente o material polimerizado[3]
Aplicação de antibióticos tópicos[3][4]
Utilização de lubrificantes oculares[3]
Em casos de abrasão corneana, considerar o uso de cicloplégicos e penso ocular[4]
É importante evitar o uso de acetona ou outros solventes próximos aos olhos, pois podem causar danos adicionais[2].
As lesões oculares por superglue, embora potencialmente alarmantes, têm geralmente um bom prognóstico quando geridas de forma adequada e atempada. A educação do público sobre os riscos associados ao uso inadequado de colas instantâneas é fundamental para prevenir estes incidentes[1][3].
Citações

Comentários