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Pulgas

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



As pulgas são ectoparasitas hematófagos que afetam cães e gatos, provocando problemas de saúde tanto nos animais como nos humanos. Este artigo aborda os aspetos fundamentais relacionados com as infestações por pulgas, incluindo sintomas, sinais clínicos, exame físico, testes diagnósticos e manejo em contexto de urgência.


Sintomas


Os sintomas de uma infestação por pulgas podem variar em intensidade, mas geralmente incluem:


  • Prurido intenso e coceira frequente


  • Inquietação e agitação


  • Perda de pelo, especialmente na base da cauda e na zona lombar inferior[1]


  • Lambedura excessiva da pele


  • Irritabilidade e alterações de comportamento


Em casos graves, os animais podem desenvolver anemia, especialmente os mais jovens, geriátricos ou imunocomprometidos[4].


Sinais clínicos


Os sinais clínicos observáveis em animais infestados por pulgas incluem:


  • Eritema e descamação cutânea


  • Pequenas pápulas vermelhas, frequentemente agrupadas em três[2]


  • Dermatite alérgica à picada de pulga (DAPP), caracterizada por lesões papulo-costrosas[6]


  • Perda de peso em infestações prolongadas[1]


  • Palidez das mucosas em casos de anemia[5]


Nos gatos, podem observar-se lesões na face, pescoço e dorso, enquanto nos cães, as lesões concentram-se na região lombar inferior, cauda e parte caudal e interna das coxas[6].


Exame físico


O exame de um animal com suspeita de infestação por pulgas deve incluir:


  • Inspeção visual minuciosa da pelagem, especialmente em áreas propensas como a base da cauda e abdómen


  • Uso de pente antipulgas de dentes finos (32 dentes/2,5 cm) para deteção de pulgas e seus excrementos[6]


  • Exame da pele em busca de lesões, eritema ou sinais de coceira excessiva


  • Avaliação das mucosas para identificar anemia


  • Exame das áreas onde o animal repousa, como camas ou carpetes, à procura de pulgas ou seus excrementos[6]


Testes diagnósticos


Para confirmar a presença de pulgas e avaliar o seu impacto na saúde do animal, podem ser realizados os seguintes testes:


  • Teste do papel húmido: Colocar os excrementos da pulga sobre papel húmido para observar a dissolução e coloração castanho-avermelhada característica[6]


  • Testes cutâneos intradérmicos: Utilizados para apoiar o diagnóstico presuntivo de DAPP, observando reações imediatas (15–20 minutos) ou tardias (24 horas)[6]


  • Análises sanguíneas: Para avaliar a presença de anemia em casos graves[4]


  • Testes serológicos: Deteção de IgE dirigida contra antigénios salivares específicos de pulgas[6]


  • Exame coproparasitológico: Em casos de suspeita de parasitose intestinal associada, como dipilidíase[1][3]


Manejo em contexto de urgência


Em situações de urgência, como infestações massivas ou reações alérgicas graves, devem ser adotadas as seguintes medidas:


  • Aplicação imediata de antiparasitário de ação rápida, como Bravecto®, que elimina 99% das pulgas em 8 horas[4]


  • Tratamento sintomático do prurido com anti-histamínicos orais ou cremes de hidrocortisona a 1%[2]


  • Em casos de anemia grave, pode ser necessária hospitalização e administração de fluidoterapia intravenosa


  • Tratamento de eventuais infeções secundárias com antibióticos, conforme prescrição veterinária


  • Descontaminação do ambiente do animal com aspiração profunda e aplicação de inseticidas ambientais[4]


É essencial tratar não apenas o animal afetado, mas também o ambiente onde vive, para interromper o ciclo de vida das pulgas e evitar reinfestações. O manejo a longo prazo deve incluir aplicação regular de antiparasitários e a educação do tutor sobre a importância da prevenção contínua.


As infestações por pulgas constituem um problema de saúde relevante para os animais de companhia e requerem uma abordagem abrangente para o seu diagnóstico e tratamento. A deteção precoce dos sintomas, aliada a um tratamento eficaz, é crucial para prevenir complicações e garantir o bem-estar dos animais afetados.


Citações:



 
 
 

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