Prurido Vulvar
- EmergenciasUNO
- 23 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
O prurido vulvar é uma condição frequente que afeta significativamente a qualidade de vida das mulheres. Define-se como uma sensação desagradável que induz o desejo de coçar a região vulvar[4]. Este sintoma pode apresentar-se de forma aguda ou crónica, com etiologia variada, abrangendo infeções, dermatoses e doenças sistémicas[1][4].
Sintomas
O sintoma principal é o prurido ou comichão na região vulvar. Sintomas associados incluem:
Ardor ou sensação de queimadura
Dor ou desconforto na zona genital
Dispareunia (dor durante o coito)
Disúria (dor ou ardor ao urinar)
Sensação de irritação vulvar[1][4][6]
A intensidade e duração dos sintomas podem variar amplamente entre as pacientes.
Sinais Clínicos
A observação física pode revelar múltiplos sinais clínicos, conforme a etiologia subjacente:
Eritema vulvar
Edema da pele e mucosas
Escoriações por prurido
Liquenificação em casos crónicos
Alterações de coloração da pele vulvar (hiper ou hipopigmentação)
Presença de lesões específicas (vesículas, pápulas, úlceras)[1][4][5]
Em caso de infeção, pode observar-se aumento do corrimento vaginal com características variáveis consoante o agente etiológico[2][7].
Exploração
A avaliação clínica deve ser cuidadosa e incluir:
Inspeção visual da vulva, períneo e região perianal
Palpação da área para deteção de massas ou alterações da textura cutânea
Exame com espéculo para avaliação das paredes vaginais e colo do útero
Exploração bimanual para exclusão de patologia pélvica associada[3][5]
É essencial que a exploração seja feita de forma empática, tendo em conta a sensibilidade da zona e o desconforto da paciente.
Exames Diagnósticos
Os exames complementares devem ser guiados pela suspeita clínica:
Medição do pH vaginal
Exame microscópico direto da secreção vaginal (exame a fresco)
Teste das aminas (teste de KOH a 10%)
Culturas vaginais para fungos e bactérias
Testes para deteção de infeções sexualmente transmissíveis
Biópsia da pele vulvar em casos de lesões suspeitas ou prurido crónico sem causa definida[1][3][7]
Nalgumas situações, pode ser necessário investigar doenças sistémicas associadas ao prurido vulvar.
Abordagem em Situações de Emergência
A abordagem ao prurido vulvar no serviço de urgência deve seguir um protocolo estruturado:
Anamnese detalhada: duração dos sintomas, fatores desencadeantes, tratamentos prévios
Avaliação física completa
Realização de exames básicos (pH vaginal, exame a fresco)
Tratamento sintomático inicial:
Medidas higiénicas: evitar irritantes, uso de roupa interior de algodão
Aplicação de compressas frias para alívio do prurido
Prescrição de anti-histamínicos orais em caso de prurido intenso
Tratamento específico conforme etiologia suspeita:
Antifúngicos tópicos ou sistémicos para candidíase
Antibióticos para vaginose bacteriana ou tricomoníase
Corticosteroides tópicos de baixa potência em casos de dermatite[1][3][5]
É crucial fornecer à paciente informação clara sobre o tratamento domiciliário e os sinais de alerta que exigem nova avaliação médica.
O prurido vulvar representa um desafio clínico que exige uma abordagem multidisciplinar. A correta identificação da causa subjacente é essencial para um tratamento eficaz e melhoria da qualidade de vida das pacientes afetadas.
Citações
[3] https://www.msdmanuals.com/es/hogar/salud-femenina/síntomas-de-los-trastornos-ginecológicos/prurito-vaginal-o-secreción-vaginal
[4] https://dcmq.com.mx/edición-julio-septiembre-2014-volumen-12-número-3/298-prurito-vulvar-un-desafío-dermatológico
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