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Prurido Vulvar

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



O prurido vulvar é uma condição frequente que afeta significativamente a qualidade de vida das mulheres. Define-se como uma sensação desagradável que induz o desejo de coçar a região vulvar[4]. Este sintoma pode apresentar-se de forma aguda ou crónica, com etiologia variada, abrangendo infeções, dermatoses e doenças sistémicas[1][4].


Sintomas


O sintoma principal é o prurido ou comichão na região vulvar. Sintomas associados incluem:


  • Ardor ou sensação de queimadura


  • Dor ou desconforto na zona genital


  • Dispareunia (dor durante o coito)


  • Disúria (dor ou ardor ao urinar)


  • Sensação de irritação vulvar[1][4][6]


A intensidade e duração dos sintomas podem variar amplamente entre as pacientes.


Sinais Clínicos


A observação física pode revelar múltiplos sinais clínicos, conforme a etiologia subjacente:


  • Eritema vulvar


  • Edema da pele e mucosas


  • Escoriações por prurido


  • Liquenificação em casos crónicos


  • Alterações de coloração da pele vulvar (hiper ou hipopigmentação)


  • Presença de lesões específicas (vesículas, pápulas, úlceras)[1][4][5]


Em caso de infeção, pode observar-se aumento do corrimento vaginal com características variáveis consoante o agente etiológico[2][7].


Exploração


A avaliação clínica deve ser cuidadosa e incluir:


  • Inspeção visual da vulva, períneo e região perianal


  • Palpação da área para deteção de massas ou alterações da textura cutânea


  • Exame com espéculo para avaliação das paredes vaginais e colo do útero


  • Exploração bimanual para exclusão de patologia pélvica associada[3][5]


É essencial que a exploração seja feita de forma empática, tendo em conta a sensibilidade da zona e o desconforto da paciente.


Exames Diagnósticos


Os exames complementares devem ser guiados pela suspeita clínica:


  • Medição do pH vaginal


  • Exame microscópico direto da secreção vaginal (exame a fresco)


  • Teste das aminas (teste de KOH a 10%)


  • Culturas vaginais para fungos e bactérias


  • Testes para deteção de infeções sexualmente transmissíveis


  • Biópsia da pele vulvar em casos de lesões suspeitas ou prurido crónico sem causa definida[1][3][7]


Nalgumas situações, pode ser necessário investigar doenças sistémicas associadas ao prurido vulvar.


Abordagem em Situações de Emergência


A abordagem ao prurido vulvar no serviço de urgência deve seguir um protocolo estruturado:


  • Anamnese detalhada: duração dos sintomas, fatores desencadeantes, tratamentos prévios


  • Avaliação física completa


  • Realização de exames básicos (pH vaginal, exame a fresco)


Tratamento sintomático inicial:


  • Medidas higiénicas: evitar irritantes, uso de roupa interior de algodão


  • Aplicação de compressas frias para alívio do prurido


  • Prescrição de anti-histamínicos orais em caso de prurido intenso


Tratamento específico conforme etiologia suspeita:


  • Antifúngicos tópicos ou sistémicos para candidíase


  • Antibióticos para vaginose bacteriana ou tricomoníase


  • Corticosteroides tópicos de baixa potência em casos de dermatite[1][3][5]


É crucial fornecer à paciente informação clara sobre o tratamento domiciliário e os sinais de alerta que exigem nova avaliação médica.


O prurido vulvar representa um desafio clínico que exige uma abordagem multidisciplinar. A correta identificação da causa subjacente é essencial para um tratamento eficaz e melhoria da qualidade de vida das pacientes afetadas.


Citações


 
 
 

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