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Prova de Rinne

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A prova de Rinne é uma avaliação clínica fundamental no campo da otorrinolaringologia, utilizada para o diagnóstico diferencial das hipoacusias ou perdas auditivas[1]. Este teste, desenvolvido por Adolf Rinne em 1855, permite distinguir entre hipoacusias de condução e neurossensoriais, fornecendo informações valiosas sobre a natureza da perda auditiva[2].


Sintomas


Embora a prova de Rinne não esteja centrada em sintomas específicos, é aplicada em pacientes que apresentam:


  • Diminuição da audição


  • Dificuldade em compreender conversas


  • Sensação de ouvido entupido


  • Zumbidos ou acufenos


É importante salientar que estes sintomas podem estar presentes tanto em hipoacusias de condução como neurossensoriais, o que destaca a relevância da prova de Rinne para as diferenciar[1][4].


Sinais clínicos


Os sinais clínicos que podem justificar a realização da prova de Rinne incluem:


  • Resposta diminuída a estímulos auditivos


  • Necessidade de aumentar o volume de dispositivos de áudio


  • Dificuldade em localizar a origem dos sons


  • Alterações na qualidade da voz do paciente


Estes sinais podem ser subtis e exigem uma avaliação cuidada por parte do profissional de saúde[4].


Exploração


A realização da prova de Rinne segue os seguintes passos:


  • Utiliza-se um diapasão, geralmente de 512 Hz


  • O diapasão é percutido para gerar vibração


  • A base do diapasão é colocada sobre a apófise mastoide do paciente (condução óssea)


  • Quando o paciente já não ouve o som, o diapasão é posicionado junto ao meato auditivo externo (condução aérea)[1][2]


O examinador compara a perceção do som nas duas posições. Em audição normal ou em hipoacusia neurossensorial, a condução aérea é superior à óssea (Rinne positivo). Em hipoacusia de condução, a condução óssea é superior (Rinne negativo)[1][5].


Provas diagnósticas


A prova de Rinne integra um conjunto de avaliações diagnósticas para análise da audição:


  • Audiometria tonal liminar: fornece uma avaliação quantitativa da audição


  • Prova de Weber: complementa a de Rinne, auxiliando na lateralização da perda auditiva


  • Timpanometria: avalia a função do ouvido médio


  • Potenciais evocados auditivos: avaliam a integridade da via auditiva[3][4]


Estas provas, combinadas, permitem uma avaliação abrangente da função auditiva e ajudam a determinar a natureza e gravidade da perda auditiva.


Abordagem em urgência


Embora a prova de Rinne não seja tipicamente usada em contexto de emergência, pode ser útil em certas situações agudas:


  • Perda auditiva súbita: pode ajudar a determinar rapidamente se a perda é de condução ou neurossensorial


  • Trauma auditivo: em casos de lesão do ouvido, fornece informação preliminar sobre o tipo de dano


  • Barotrauma: útil para avaliar os efeitos de alterações rápidas de pressão sobre a audição[4]


Nestes casos, a prova de Rinne pode orientar decisões terapêuticas iniciais, mas deve ser sempre seguida de avaliação audiológica completa e, se necessário, exames imagiológicos[4].


A prova de Rinne, apesar da sua simplicidade, continua a ser uma ferramenta valiosa na avaliação inicial da perda auditiva. A sua capacidade de distinguir entre hipoacusia de condução e neurossensorial torna-a um componente essencial do exame otorrinolaringológico, orientando o diagnóstico e a gestão subsequente dos distúrbios auditivos[1][5].


Citações


 
 
 

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