Prostatite
- EmergenciasUNO
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A prostatite é uma condição inflamatória da glândula prostática que representa um desafio diagnóstico e terapêutico na prática urológica. Este artigo aborda os aspetos chave da prostatite, incluindo as suas manifestações clínicas, métodos de diagnóstico e manejo em contexto de emergência.
Sintomas
A apresentação clínica da prostatite varia consoante a sua classificação, que inclui prostatite bacteriana aguda, prostatite bacteriana crónica, síndrome de dor pélvica crónica e prostatite assintomática[4]. Os sintomas mais comuns incluem:
Dor ou ardor ao urinar (disúria)
Aumento da frequência e urgência urinária
Nictúria
Dor na região pélvica, perineal, abdominal inferior ou lombar
Ejaculação dolorosa
Dificuldade em iniciar a micção ou em esvaziar completamente a bexiga
Nos casos de prostatite bacteriana aguda, os pacientes podem apresentar febre alta, calafrios e sintomas semelhantes aos da gripe[3][7].
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos da prostatite podem incluir:
Febre (em casos de prostatite bacteriana aguda)
Urina turva ou com sangue (hematúria)
Secreção uretral
Alterações no sémen, como hematospermia
É importante salientar que a prostatite crónica pode ter um impacto significativo na esfera emocional e psicossocial do paciente, afetando a sua qualidade de vida[9].
Exame Físico
O exame físico é fundamental para o diagnóstico da prostatite e inclui:
Palpação abdominal para detetar dor ou sensibilidade suprapúbica
Exame dos gânglios linfáticos inguinais
Inspeção do pénis e do meato uretral
Exame do escroto para avaliar inflamação ou sensibilidade
O toque retal é uma parte essencial do exame, embora deva ser realizado com precaução nos casos de prostatite aguda devido ao risco de bacteriemia[1][5]. Durante o toque retal, o médico pode encontrar:
Próstata aumentada e sensível (em prostatite aguda)
Próstata volumosa e mole (em prostatite crónica)
Exames Diagnósticos
O diagnóstico da prostatite baseia-se numa combinação de dados clínicos e exames laboratoriais:
Análise e cultura de urina: Fundamental para identificar a presença de bactérias e leucócitos[1][4]
Teste de Stamey-Mears: Coleta de quatro amostras, incluindo urina e líquido prostático, para análise microbiológica e citológica[7]
Hemoculturas: Indicadas em casos de prostatite aguda com suspeita de sépsis[1]
Ecografia prostática: Útil para avaliar a estrutura da próstata e excluir complicações como abcessos[1][7]
Análise do PSA: Pode estar aumentado durante a infeção prostática[7]
Exames de imagem avançados: TAC ou ressonância magnética podem ser necessários em casos complicados ou refratários ao tratamento[1]
Tratamento de Emergência
O manejo da prostatite no serviço de urgência foca-se principalmente na prostatite bacteriana aguda, que requer atenção imediata:
Avaliação inicial: Realizar uma anamnese detalhada e exame físico, incluindo sinais vitais para excluir sépsis[3]
Exames laboratoriais: Recolher amostras para urocultura e hemoculturas antes de iniciar os antibióticos[1]
Terapêutica antimicrobiana empírica: Iniciar antibióticos de largo espectro por via intravenosa. As opções incluem:
Ceftriaxona 1 g/iv/dia
Ciprofloxacina 500–750 mg/vo/12 h
Em pacientes com algália vesical: ceftazidima 2 g/iv/8 h[1]
Controlo da dor: Administrar analgésicos conforme necessário
Hidratação: Assegurar uma hidratação adequada
Cateterismo: Em casos de retenção urinária, considerar a colocação de um cateter suprapúbico em vez de um cateter uretral para reduzir o risco de bacteriemia[1]
Monitorização: Vigiar atentamente a resposta ao tratamento e os sinais vitais
Encaminhamento urológico: Consultar urologia para seguimento e manejo a longo prazo
O tratamento adequado e atempado da prostatite no serviço de urgência é crucial para prevenir complicações e garantir um desfecho favorável para o paciente.
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