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Proctite Venérea

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A proctite venérea é uma inflamação do reto causada por infeções de transmissão sexual (ITS). Este problema tem aumentado em prevalência nos últimos anos, especialmente entre homens que têm sexo com outros homens (HSH)[3][5]. A seguir, apresenta-se uma análise detalhada dos aspetos-chave desta condição:


Sintomas


Os sintomas mais comuns incluem:


  • Tenesmo retal (sensação frequente ou contínua de necessidade de defecar)

  • Dor retal

  • Diarreia

  • Rectorragia (sangramento retal)

  • Secreção mucosa ou mucopurulenta do reto[1][4]

É importante destacar que a intensidade dos sintomas pode variar conforme o agente etiológico. Por exemplo, infeções por sífilis e vírus herpes simple tendem a causar mais dor devido à afetividade do epitélio escamoso estratificado na área perianal e margem anal[4].


Sinais Clínicos


Podem ser observados:

  • Eritema e edema da mucosa retal

  • Úlceras retais (especialmente em sífilis ou herpes)

  • Exsudado mucopurulento visível no reto

  • Linfadenopatia inguinal ou femoral (particularmente em linfogranuloma venéreo)[3][5]


Exploração


A avaliação física deve incluir:


  • Exame geral, com atenção a sinais de outras ITS


  • Inspeção da área perianal e anal


  • Toque retal para avaliar dor, massas ou irregularidades


  • Anoscopia para visualização direta da mucosa retal[2][5]


Exames Diagnósticos


Para confirmar o diagnóstico e identificar o agente causal, recomendam-se:


  • Cultura retal para Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis


  • Testes de amplificação de ácidos nucleicos (NAAT) para detetar C. trachomatis, N. gonorrhoeae e VHS


  • Serologia para sífilis e VIH


  • Proctoscopia ou sigmoidoscopia flexível com biópsias para estudo histológico e cultura[1][3][5]


Em casos selecionados, poderá ser necessária colonoscopia para excluir doença inflamatória intestinal[2].


Maneio nas Urgências


O tratamento inicial deve contemplar:


  • Avaliação clínica completa e recolha de amostras para exames microbiológicos


  • Início de tratamento empírico com antibióticos de largo espectro que cubram N. gonorrhoeae e C. trachomatis:


    • Ceftriaxona 250 mg IM dose única, mais


    • Doxiciclina 100 mg VO de 12‑em‑12 h durante 7 dias[5][6]


Se houver suspeita de linfogranuloma venéreo, prolongar a doxiciclina até 21 dias[5].


  • Manejo sintomático da dor e inflamação


  • Educação do doente para abstenção sexual até completar o tratamento e importância de avaliar/tratar parceir@s sexuais[4][6]


  • Encaminhamento para consulta especializada (infeciologia ou proctologia) para seguimento


É fundamental realizar diagnóstico diferencial adequado, visto que os sintomas podem mimetizar doença inflamatória intestinal[3]. Uma abordagem integral e atempada é essencial para prevenir complicações e reduzir a transmissão destas infeções.


Citações


 
 
 

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