Proctite Venérea
- EmergenciasUNO
- 12 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A proctite venérea é uma inflamação do reto causada por infeções de transmissão sexual (ITS). Este problema tem aumentado em prevalência nos últimos anos, especialmente entre homens que têm sexo com outros homens (HSH)[3][5]. A seguir, apresenta-se uma análise detalhada dos aspetos-chave desta condição:
Sintomas
Os sintomas mais comuns incluem:
Tenesmo retal (sensação frequente ou contínua de necessidade de defecar)
Dor retal
Diarreia
Rectorragia (sangramento retal)
Secreção mucosa ou mucopurulenta do reto[1][4]
É importante destacar que a intensidade dos sintomas pode variar conforme o agente etiológico. Por exemplo, infeções por sífilis e vírus herpes simple tendem a causar mais dor devido à afetividade do epitélio escamoso estratificado na área perianal e margem anal[4].
Sinais Clínicos
Podem ser observados:
Eritema e edema da mucosa retal
Úlceras retais (especialmente em sífilis ou herpes)
Exsudado mucopurulento visível no reto
Linfadenopatia inguinal ou femoral (particularmente em linfogranuloma venéreo)[3][5]
Exploração
A avaliação física deve incluir:
Exame geral, com atenção a sinais de outras ITS
Inspeção da área perianal e anal
Toque retal para avaliar dor, massas ou irregularidades
Anoscopia para visualização direta da mucosa retal[2][5]
Exames Diagnósticos
Para confirmar o diagnóstico e identificar o agente causal, recomendam-se:
Cultura retal para Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis
Testes de amplificação de ácidos nucleicos (NAAT) para detetar C. trachomatis, N. gonorrhoeae e VHS
Serologia para sífilis e VIH
Proctoscopia ou sigmoidoscopia flexível com biópsias para estudo histológico e cultura[1][3][5]
Em casos selecionados, poderá ser necessária colonoscopia para excluir doença inflamatória intestinal[2].
Maneio nas Urgências
O tratamento inicial deve contemplar:
Avaliação clínica completa e recolha de amostras para exames microbiológicos
Início de tratamento empírico com antibióticos de largo espectro que cubram N. gonorrhoeae e C. trachomatis:
Ceftriaxona 250 mg IM dose única, mais
Doxiciclina 100 mg VO de 12‑em‑12 h durante 7 dias[5][6]
Se houver suspeita de linfogranuloma venéreo, prolongar a doxiciclina até 21 dias[5].
Manejo sintomático da dor e inflamação
Educação do doente para abstenção sexual até completar o tratamento e importância de avaliar/tratar parceir@s sexuais[4][6]
Encaminhamento para consulta especializada (infeciologia ou proctologia) para seguimento
É fundamental realizar diagnóstico diferencial adequado, visto que os sintomas podem mimetizar doença inflamatória intestinal[3]. Uma abordagem integral e atempada é essencial para prevenir complicações e reduzir a transmissão destas infeções.
Citações
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