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Problemas do Trato Biliar

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



Os problemas do trato biliar representam um grupo diverso de condições que afetam a vesícula biliar e os canais biliares. Estas patologias podem variar desde situações relativamente benignas até emergências médicas potencialmente fatais. Este artigo analisa os aspetos essenciais das doenças do trato biliar, com foco nos sintomas, sinais clínicos, exploração, exames diagnósticos e abordagem em situações de emergência.


Sintomas


Os problemas do trato biliar podem manifestar-se com uma variedade de sintomas, incluindo:


  • Dor abdominal no quadrante superior direito, frequentemente descrita como cólica biliar


  • Náuseas e vómitos


  • Febre e arrepios


  • Icterícia (coloração amarelada da pele e olhos)


  • Urina escura e fezes esbranquiçadas ou cor de argila


  • Prurido cutâneo


  • Perda de apetite


A intensidade e duração destes sintomas podem variar consoante a causa subjacente e a gravidade da obstrução biliar[1][3].


Sinais Clínicos


Os sinais clínicos observáveis em doentes com problemas do trato biliar incluem:


  • Icterícia visível na pele e escleras


  • Distensão abdominal


  • Sinais de desidratação


  • Febre


  • Taquicardia


  • Em casos graves, sinais de choque


É importante notar que alguns doentes podem apresentar cálculos biliares “silenciosos”, sem sinais clínicos evidentes[1][3].


Exploração


Durante a exploração física, o médico pode encontrar:


  • Sensibilidade à palpação no quadrante superior direito do abdómen


  • Sinal de Murphy positivo (dor à pressão sob o rebordo costal direito durante a inspiração)


  • Abdómen distendido e timpânico


  • Possível massa palpável


  • Ruídos intestinais aumentados ou ausentes


É fundamental realizar um exame abdominal completo e toque retal para excluir outras patologias[2][4].


Exames Diagnósticos


Os exames diagnósticos são cruciais para confirmar e caracterizar os problemas do trato biliar. Estes incluem:


Análises laboratoriais:


  • Hemograma completo


  • Provas de função hepática (bilirrubina, fosfatase alcalina, GGT, transaminases)


  • Amilase e lipase séricas


Exames de imagem:


  • Ecografia abdominal: exame de escolha inicial


  • Tomografia computorizada (TC) abdominal com contraste


  • Colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM)


  • Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE)


  • Colangiografia trans-hepática percutânea (CTP)


Outros exames:


  • Cintigrafia biliar com radionuclídeos


  • Colecintigrafia


A escolha dos exames dependerá da apresentação clínica e da suspeita diagnóstica[2][4][5].


Abordagem em Situação de Emergência


A abordagem dos problemas do trato biliar em contexto de urgência centra-se na estabilização do doente e no alívio da obstrução. As etapas principais incluem:


Estabilização inicial:


  • Administração de fluidos intravenosos


  • Analgesia para controlo da dor


  • Antieméticos, se houver náuseas ou vómitos


  • Antibióticos de largo espectro se houver suspeita de infeção


Tratamento específico consoante a causa:


  • Colecistite aguda: antibióticos e colecistectomia urgente


  • Coledocolitíase: CPRE para remoção de cálculos do colédoco


  • Colangite: antibióticos e descompressão biliar urgente


  • Monitorização rigorosa dos sinais vitais e da evolução clínica


  • Consulta precoce com cirurgia e/ou gastroenterologia, dependendo da gravidade e da etiologia


  • Consideração de intervenção cirúrgica urgente em casos de perfuração, peritonite ou falência do tratamento conservador


O diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para prevenir complicações graves, como sépsis biliar, pancreatite ou perfuração da vesícula biliar[2][3][4].



Citações


 
 
 

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