Problemas do Trato Biliar
- EmergenciasUNO
- 12 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
Os problemas do trato biliar representam um grupo diverso de condições que afetam a vesícula biliar e os canais biliares. Estas patologias podem variar desde situações relativamente benignas até emergências médicas potencialmente fatais. Este artigo analisa os aspetos essenciais das doenças do trato biliar, com foco nos sintomas, sinais clínicos, exploração, exames diagnósticos e abordagem em situações de emergência.
Sintomas
Os problemas do trato biliar podem manifestar-se com uma variedade de sintomas, incluindo:
Dor abdominal no quadrante superior direito, frequentemente descrita como cólica biliar
Náuseas e vómitos
Febre e arrepios
Icterícia (coloração amarelada da pele e olhos)
Urina escura e fezes esbranquiçadas ou cor de argila
Prurido cutâneo
Perda de apetite
A intensidade e duração destes sintomas podem variar consoante a causa subjacente e a gravidade da obstrução biliar[1][3].
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos observáveis em doentes com problemas do trato biliar incluem:
Icterícia visível na pele e escleras
Distensão abdominal
Sinais de desidratação
Febre
Taquicardia
Em casos graves, sinais de choque
É importante notar que alguns doentes podem apresentar cálculos biliares “silenciosos”, sem sinais clínicos evidentes[1][3].
Exploração
Durante a exploração física, o médico pode encontrar:
Sensibilidade à palpação no quadrante superior direito do abdómen
Sinal de Murphy positivo (dor à pressão sob o rebordo costal direito durante a inspiração)
Abdómen distendido e timpânico
Possível massa palpável
Ruídos intestinais aumentados ou ausentes
É fundamental realizar um exame abdominal completo e toque retal para excluir outras patologias[2][4].
Exames Diagnósticos
Os exames diagnósticos são cruciais para confirmar e caracterizar os problemas do trato biliar. Estes incluem:
Análises laboratoriais:
Hemograma completo
Provas de função hepática (bilirrubina, fosfatase alcalina, GGT, transaminases)
Amilase e lipase séricas
Exames de imagem:
Ecografia abdominal: exame de escolha inicial
Tomografia computorizada (TC) abdominal com contraste
Colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM)
Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE)
Colangiografia trans-hepática percutânea (CTP)
Outros exames:
Cintigrafia biliar com radionuclídeos
Colecintigrafia
A escolha dos exames dependerá da apresentação clínica e da suspeita diagnóstica[2][4][5].
Abordagem em Situação de Emergência
A abordagem dos problemas do trato biliar em contexto de urgência centra-se na estabilização do doente e no alívio da obstrução. As etapas principais incluem:
Estabilização inicial:
Administração de fluidos intravenosos
Analgesia para controlo da dor
Antieméticos, se houver náuseas ou vómitos
Antibióticos de largo espectro se houver suspeita de infeção
Tratamento específico consoante a causa:
Colecistite aguda: antibióticos e colecistectomia urgente
Coledocolitíase: CPRE para remoção de cálculos do colédoco
Colangite: antibióticos e descompressão biliar urgente
Monitorização rigorosa dos sinais vitais e da evolução clínica
Consulta precoce com cirurgia e/ou gastroenterologia, dependendo da gravidade e da etiologia
Consideração de intervenção cirúrgica urgente em casos de perfuração, peritonite ou falência do tratamento conservador
O diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para prevenir complicações graves, como sépsis biliar, pancreatite ou perfuração da vesícula biliar[2][3][4].
Citações
[1]https://www.niddk.nih.gov/health-information/informacion-de-la-salud/enfermedades- digestivas/calculos-bilares/sintomas-causas
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