Prova de Weber
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Atualizado: há 6 dias
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A prova de Weber, desenvolvida por Ernst Heinrich Weber em 1834, é uma técnica de avaliação auditiva amplamente utilizada na prática clínica otorrinolaringológica[2]. Esta prova é utilizada principalmente para detetar perda auditiva unilateral e comparar a condução óssea em ambos os ouvidos[6]. Apesar da sua antiguidade, continua a ser uma ferramenta valiosa no diagnóstico diferencial de distúrbios auditivos.
Sintomas
Embora a prova de Weber em si não provoque sintomas, é utilizada na avaliação de pacientes que apresentam:
Diminuição unilateral da audição
Sensação de audição assimétrica
Zumbido unilateral
Vertigens associadas a problemas auditivos
É importante salientar que estes sintomas podem indicar várias patologias auditivas, e a prova de Weber ajuda a diferenciá-las[4].
Sinais clínicos
Os sinais clínicos avaliados durante a prova de Weber incluem:
Lateralização do som: o paciente percebe o som mais intensamente num dos ouvidos
Audição central: o paciente percebe o som no centro da cabeça, o que sugere audição simétrica
A interpretação destes sinais é essencial para o diagnóstico diferencial entre hipoacusia de condução e neurossensorial[2][4].
Exploração
A realização da prova de Weber faz-se da seguinte forma:
Utiliza-se um diapasão vibratório de 512 Hz
O diapasão é colocado no centro da testa do paciente
Solicita-se ao paciente que indique onde percebe o som: no centro ou para um dos lados[6]
É fundamental realizar esta prova em conjunto com outras avaliações auditivas, como a prova de Rinne, para obter uma análise mais completa[4].
Provas diagnósticas
A prova de Weber faz parte de um conjunto de testes diagnósticos em otorrinolaringologia:
Audiometria: fornece uma avaliação quantitativa da audição e serve como padrão-ouro para validar os resultados da prova de Weber[4]
Prova de Rinne: complementa a prova de Weber ao comparar a condução aérea e óssea em cada ouvido individualmente[2]
Timpanometria: avalia a função do ouvido médio e pode ajudar a confirmar suspeitas de hipoacusia de condução[3]
Importa referir que, embora úteis, estas provas têm limitações na sua precisão diagnóstica. Um estudo demonstrou que a prova de Weber apresenta um rácio de probabilidade positivo de apenas 1,6 a 1,7, indicando uma precisão diagnóstica limitada[4].
Abordagem em urgências
Em situações de emergência, a prova de Weber pode ser útil para:
Avaliação rápida de perda auditiva súbita: pode ajudar a diferenciar entre causas de condução e neurossensoriais[4]
Deteção de complicações pós-operatórias: utilizada para verificar a atividade auditiva após intervenções otológicas[6]
Avaliação inicial em traumatismos cranianos: pode indicar a presença de lesões que afetem a via auditiva
No entanto, é essencial recordar que a prova de Weber não deve ser utilizada isoladamente para decisões críticas em contextos de emergência. Deve sempre ser acompanhada de uma avaliação clínica completa e, sempre que possível, de exames audiométricos mais precisos[4].
A prova de Weber, apesar das suas limitações, continua a ser uma ferramenta valiosa na prática clínica otorrinolaringológica.
A sua simplicidade e rapidez tornam-na útil na avaliação inicial de problemas auditivos, mas deve ser interpretada com precaução e integrada numa avaliação mais abrangente.
Os profissionais de saúde devem estar conscientes das suas limitações e utilizá-la como parte de uma abordagem diagnóstica completa.
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