Problemas das glândulas salivares
- EmergenciasUNO
- há 6 dias
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
As glândulas salivares desempenham um papel crucial na saúde oral e digestiva. No entanto, diversas condições podem afetar o seu funcionamento normal, provocando uma variedade de sintomas e complicações. Este artigo aborda os aspetos mais relevantes dos problemas das glândulas salivares, incluindo sintomas, sinais clínicos, avaliação, exames diagnósticos e manejo em contexto de emergência.
Sintomas
Os problemas das glândulas salivares podem manifestar-se através de diversos sintomas:
Boca seca (xeroestomia)
Dificuldade em mastigar e engolir
Alterações do paladar
Dor na face ou na boca
Mau sabor na boca
Inchaço na face, pescoço ou sob a língua[1]
Em casos de infeção, os pacientes podem apresentar febre e mal-estar geral. A sialoadenite recorrente caracteriza-se por episódios periódicos de inflamação e aumento de volume da glândula parótida, acompanhados de febre[5].
Sinais clínicos
Os sinais clínicos mais comuns incluem:
Inchaço visível das glândulas salivares, especialmente da parótida
Eritema da pele sobre a glândula afetada
Sensibilidade ou dor à palpação
Redução do fluxo salivar
Presença de secreção purulenta no canal salivar[1][5]
Em casos de obstrução, pode observar-se aumento do volume da glândula durante a ingestão de alimentos[8].
Avaliação
A avaliação clínica das glândulas salivares deve ser metódica e completa:
Inspeção visual da face e do pescoço para detetar assimetrias ou inflamações
Palpação bimanual das glândulas, avaliando consistência, tamanho e sensibilidade
Exame do orifício do canal salivar, procurando sinais de inflamação ou secreção anormal
Avaliação da permeabilidade do canal mediante estimulação do fluxo salivar[5]
É importante realizar uma exploração intraoral completa para excluir focos odontogénicos relacionados com a patologia salivar[3].
Exames diagnósticos
Para um diagnóstico preciso, podem ser utilizados os seguintes exames:
Hemograma completo
Ecografia de alta resolução
Sialografia por ressonância magnética
Tomografia Computorizada (TC)
Biópsia por aspiração com agulha fina
Sialoendoscopia
Cintigrafia das glândulas salivares
Cultura microbiológica das secreções[5][7]
A escolha dos exames dependerá da apresentação clínica e da suspeita diagnóstica. A TC ou a RM são particularmente úteis para avaliar a extensão da lesão e excluir processos neoplásicos[3][7].
Manejo em Emergências
A abordagem dos problemas das glândulas salivares em contexto de emergência foca-se no alívio dos sintomas e tratamento da causa subjacente:
Analgésicos e anti-inflamatórios para controlo da dor e inflamação
Antibióticos empíricos em caso de suspeita de infeção bacteriana. Podem ser utilizados:
Amoxicilina + ácido clavulânico: 40-80 mg/kg/dia em 3 doses
Clindamicina: 25 mg/kg/dia em 3-4 doses
Eritromicina: 50 mg/kg/dia em 3 doses[3]
Hidratação adequada e estimulação do fluxo salivar
Em casos de obstrução, pode ser necessário drenagem ou remoção de cálculos
Critérios para internamento hospitalar:
Dispneia
Disfagia severa
Trismo
Síndrome febril sem foco em pacientes imunocomprometidos[3]
É essencial realizar um seguimento próximo e encaminhar para cirurgia maxilofacial ou otorrinolaringologia nos casos que não respondam ao tratamento inicial ou apresentem sinais de alarme.
Os problemas das glândulas salivares abrangem um amplo espectro de condições que requerem uma abordagem diagnóstica e terapêutica rigorosa. O reconhecimento precoce dos sintomas e sinais, aliado a uma avaliação diagnóstica apropriada, é fundamental para um tratamento eficaz e para prevenir complicações.
Citações
[2] https://www.elsevier.es/es-revista-seminarios-fundacion-espanola-reumatologia-274-articulo-enfermedades-sistemicas-que-afectan-las-S1577356610000503
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