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Problemas das glândulas salivares

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



As glândulas salivares desempenham um papel crucial na saúde oral e digestiva. No entanto, diversas condições podem afetar o seu funcionamento normal, provocando uma variedade de sintomas e complicações. Este artigo aborda os aspetos mais relevantes dos problemas das glândulas salivares, incluindo sintomas, sinais clínicos, avaliação, exames diagnósticos e manejo em contexto de emergência.


Sintomas


Os problemas das glândulas salivares podem manifestar-se através de diversos sintomas:


  • Boca seca (xeroestomia)


  • Dificuldade em mastigar e engolir


  • Alterações do paladar


  • Dor na face ou na boca


  • Mau sabor na boca


  • Inchaço na face, pescoço ou sob a língua[1]


Em casos de infeção, os pacientes podem apresentar febre e mal-estar geral. A sialoadenite recorrente caracteriza-se por episódios periódicos de inflamação e aumento de volume da glândula parótida, acompanhados de febre[5].


Sinais clínicos


Os sinais clínicos mais comuns incluem:


  • Inchaço visível das glândulas salivares, especialmente da parótida


  • Eritema da pele sobre a glândula afetada


  • Sensibilidade ou dor à palpação


  • Redução do fluxo salivar


  • Presença de secreção purulenta no canal salivar[1][5]


Em casos de obstrução, pode observar-se aumento do volume da glândula durante a ingestão de alimentos[8].


Avaliação


A avaliação clínica das glândulas salivares deve ser metódica e completa:


  • Inspeção visual da face e do pescoço para detetar assimetrias ou inflamações


  • Palpação bimanual das glândulas, avaliando consistência, tamanho e sensibilidade


  • Exame do orifício do canal salivar, procurando sinais de inflamação ou secreção anormal


  • Avaliação da permeabilidade do canal mediante estimulação do fluxo salivar[5]


É importante realizar uma exploração intraoral completa para excluir focos odontogénicos relacionados com a patologia salivar[3].


Exames diagnósticos


Para um diagnóstico preciso, podem ser utilizados os seguintes exames:


  • Hemograma completo


  • Ecografia de alta resolução


  • Sialografia por ressonância magnética


  • Tomografia Computorizada (TC)


  • Biópsia por aspiração com agulha fina


  • Sialoendoscopia


  • Cintigrafia das glândulas salivares


  • Cultura microbiológica das secreções[5][7]


A escolha dos exames dependerá da apresentação clínica e da suspeita diagnóstica. A TC ou a RM são particularmente úteis para avaliar a extensão da lesão e excluir processos neoplásicos[3][7].


Manejo em Emergências


A abordagem dos problemas das glândulas salivares em contexto de emergência foca-se no alívio dos sintomas e tratamento da causa subjacente:


  • Analgésicos e anti-inflamatórios para controlo da dor e inflamação


  • Antibióticos empíricos em caso de suspeita de infeção bacteriana. Podem ser utilizados:


    • Amoxicilina + ácido clavulânico: 40-80 mg/kg/dia em 3 doses


    • Clindamicina: 25 mg/kg/dia em 3-4 doses


    • Eritromicina: 50 mg/kg/dia em 3 doses[3]


  • Hidratação adequada e estimulação do fluxo salivar


  • Em casos de obstrução, pode ser necessário drenagem ou remoção de cálculos


Critérios para internamento hospitalar:


  • Dispneia


  • Disfagia severa


  • Trismo


  • Síndrome febril sem foco em pacientes imunocomprometidos[3]


É essencial realizar um seguimento próximo e encaminhar para cirurgia maxilofacial ou otorrinolaringologia nos casos que não respondam ao tratamento inicial ou apresentem sinais de alarme.


Os problemas das glândulas salivares abrangem um amplo espectro de condições que requerem uma abordagem diagnóstica e terapêutica rigorosa. O reconhecimento precoce dos sintomas e sinais, aliado a uma avaliação diagnóstica apropriada, é fundamental para um tratamento eficaz e para prevenir complicações.


Citações


 
 
 

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