Prescrição a pacientes que utilizam contraceptivos orais
- EmergenciasUNO
- 22 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A prescrição de contraceptivos orais requer uma avaliação cuidadosa da paciente para garantir a sua segurança e eficácia. Este artigo aborda os aspetos fundamentais a considerar na prescrição e no seguimento de pacientes que utilizam contraceptivos orais.
Sintomas
Os contraceptivos orais podem provocar diversos sintomas nas utilizadoras. Durante os primeiros meses, é comum ocorrerem hemorragias intermenstruais e amenorreia, sintomas que geralmente desaparecem à medida que o organismo se adapta às hormonas[1].
Algumas mulheres podem apresentar náuseas, sensibilidade mamária, cefaleias ou alterações do humor. É importante informar as pacientes de que estes efeitos secundários são, na maioria dos casos, temporários e tendem a diminuir com o tempo.
Sinais clínicos
Os sinais clínicos a monitorizar em utilizadoras de contraceptivos orais incluem:
Alterações na pressão arterial: os contraceptivos orais combinados podem provocar um ligeiro aumento da pressão arterial[1].
Hiperpigmentação cutânea (melasma): algumas mulheres desenvolvem manchas escuras na face, semelhantes às do melasma gravídico[1].
Sinais de trombose venosa profunda: edema num dos membros inferiores, dor torácica ou dispneia[1].
Alterações no padrão de hemorragia menstrual.
Exame físico
Antes da prescrição de contraceptivos orais, recomenda-se:
Medição da pressão arterial: é essencial antes do início do tratamento e nos controlos subsequentes[1][3].
Exame físico geral: não é estritamente necessário, mas pode ajudar a excluir contraindicações[1].
Avaliação do risco trombótico: deve-se considerar a história pessoal e familiar de eventos tromboembólicos[1][3].
Exame pélvico: não é obrigatório, mas pode ser indicado em algumas situações[5].
Exames complementares
As análises não são rotineiramente necessárias, mas podem ser indicadas em casos específicos:
Teste de gravidez: para excluir gravidez antes de iniciar o contraceptivo[1].
Análises sanguíneas: em mulheres com fatores de risco, pode ser útil avaliar colesterol, lípidos e glicemia[1].
Provas de função hepática: em pacientes com antecedentes de doenças hepáticas[1].
Rastreio de infeções sexualmente transmissíveis (IST): não é necessário de rotina, mas pode ser considerado em populações de risco[5].
Conduta em Emergência
Em contextos de urgência relacionados com o uso de contraceptivos orais, devem ser adotadas as seguintes medidas:
Suspeita de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar: interromper imediatamente os contraceptivos orais e realizar exames diagnósticos urgentes[1][3].
Cirurgia major programada: suspender os contraceptivos orais pelo menos um mês antes da intervenção e retomá-los apenas um mês depois para reduzir o risco tromboembólico[3].
Sinais de melasma: considerar a interrupção do contraceptivo aos primeiros sinais, dado o difícil tratamento posterior[3].
Elevação significativa da pressão arterial: avaliar a suspensão ou substituição do método anticoncecional[1][3].
A prescrição de contraceptivos orais exige uma avaliação individualizada que tenha em conta os antecedentes clínicos, fatores de risco e preferências da paciente. Um seguimento adequado e a educação sobre os possíveis efeitos adversos e sinais de alerta são essenciais para garantir o uso seguro e eficaz deste método anticoncecional.
Citações
[3]https://www.sanidad.gob.es/biblioPublic/publicaciones/recursos_propios/infMedic/porVolumen/anticonc.htm
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