Pré-eclâmpsia e Eclâmpsia
- EmergenciasUNO
- 20 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A pré-eclâmpsia e a eclâmpsia são distúrbios hipertensivos da gravidez que constituem uma causa importante de morbilidade e mortalidade materno-fetal. Este artigo revê os aspetos essenciais destas condições, incluindo manifestações clínicas, diagnóstico e abordagem de emergência.
Sintomas
A pré-eclâmpsia é frequentemente assintomática nas fases iniciais, mas à medida que progride, a paciente pode apresentar:
Cefaleias intensas[1][2]
Náuseas e vómitos[1][2]
Dor abdominal, especialmente no quadrante superior direito[1][2]
Alterações visuais, como visão turva ou escotomas[1][2]
Edema das mãos e da face[1][2]
A eclâmpsia caracteriza-se pela ocorrência de convulsões generalizadas numa paciente com diagnóstico de pré-eclâmpsia[3].
Sinais clínicos
Os sinais clínicos mais relevantes incluem:
Hipertensão arterial (≥140/90 mmHg)[3][4]
Proteinúria (>300 mg/24h ou relação proteína/creatinina urinária ≥0,3)[3]
Edema, sobretudo na face e membros superiores[1][3]
Hiperreflexia[3]
Em casos graves, podem surgir sinais de disfunção multiorgânica[3][4]
Avaliação clínica
A avaliação deve incluir:
Medição precisa da pressão arterial[3][4]
Avaliação neurológica para detetar hiperreflexia ou alterações visuais[3]
Exame abdominal para dor no quadrante superior direito[3]
Avaliação do edema[1][3]
Auscultação pulmonar para sinais de edema pulmonar[3]
Avaliação do bem-estar fetal através da monitorização da frequência cardíaca fetal[4]
Exames diagnósticos
O diagnóstico é confirmado com:
Análise de urina para quantificação da proteinúria[3][4]
Hemograma completo com contagem de plaquetas[3][4]
Provas de função hepática (transaminases, LDH)[3][4]
Provas de função renal (creatinina, ácido úrico)[3][4]
Estudos de coagulação[3]
Ecografia obstétrica para avaliar crescimento fetal e volume de líquido amniótico[4]
Doppler das artérias uterinas e umbilicais para avaliar o fluxo placentário[4]
Abordagem de emergência
O tratamento de emergência da pré-eclâmpsia grave e da eclâmpsia inclui:
Estabilização materna:
Controlo da pressão arterial com anti-hipertensivos intravenosos (hidralazina ou labetalol)[4][6]
Prevenção de convulsões com sulfato de magnésio intravenoso[4][5][6]
Avaliação fetal:
Monitorização contínua da frequência cardíaca fetal[4]
Avaliação ecográfica e por Doppler do bem-estar fetal[4]
Gestão de fluidos:
Administração cuidadosa de fluidos intravenosos para evitar sobrecarga hídrica[6]
Decisão quanto ao parto:
Em casos de pré-eclâmpsia grave ou eclâmpsia, deve-se considerar a interrupção da gravidez[4][5][6]
A via do parto dependerá das condições obstétricas e da idade gestacional[4]
Monitorização contínua:
Vigilância rigorosa dos sinais vitais, balanço hídrico e função dos órgãos-alvo[3][4][6]
Gestão multidisciplinar:
Colaboração entre obstetras, intensivistas e neonatologistas[6]
O manejo adequado e em tempo útil da pré-eclâmpsia e eclâmpsia é crucial para reduzir as complicações maternas e fetais. O reconhecimento precoce dos sinais e sintomas, aliado a uma abordagem multidisciplinar, é essencial para otimizar os resultados nestas condições potencialmente fatais.
Citações
[3] https://www.msdmanuals.com/es/professional/ginecología-y-obstetricia/complicaciones-prenatales/preeclampsia-y-eclampsia
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