Porfiria
- EmergenciasUNO
- 12 de jun.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A porfiria é um grupo de distúrbios metabólicos hereditários ou adquiridos caracterizados pela deficiência de enzimas envolvidas na biossíntese do heme[1][3]. Estes distúrbios podem manifestar-se de formas diversas, afetando principalmente o sistema nervoso e a pele.
Sintomas
Os sintomas da porfiria variam de acordo com o tipo específico, mas geralmente incluem:
Dor abdominal intensa e prolongada[1][4]
Náuseas e vómitos[1][4]
Obstipação ou diarreia[1][4]
Fraqueza muscular, especialmente nos braços e pernas[1][4]
Dor nas costas ou nos membros[4]
Alterações psiquiátricas como ansiedade, confusão ou alucinações[1][4]
Sensibilidade à luz solar, provocando dor, vermelhidão e bolhas na pele exposta[4][5]
Sinais clínicos
Os sinais clínicos observáveis em doentes com porfiria incluem:
Taquicardia[1][4]
Hipertensão arterial[1][4]
Sudação excessiva[6]
Alteração da coloração da urina (vermelha ou acastanhada)[1][4]
Lesões cutâneas como bolhas, cicatrizes e alterações de pigmentação em áreas expostas ao sol[4][5]
Hipertricose (crescimento excessivo de pêlos) nas áreas afetadas[5]
Exame físico
Durante a exploração física, o médico deve estar atento a:
Avaliação do estado mental e nível de consciência[1]
Exame da pele em busca de lesões características[4][5]
Avaliação da força muscular e dos reflexos tendinosos profundos[4]
Medição da frequência cardíaca e pressão arterial[1][4]
Palpação abdominal para avaliar dor e distensão[1]
Provas diagnósticas
O diagnóstico da porfiria baseia-se numa combinação de achados clínicos e exames laboratoriais:
Análise de urina para detetar níveis elevados de porfirinas e precursores (ácido delta-aminolevulínico e porfobilinogénio)[1][6]
Análise de sangue para medir níveis de porfirinas e enzimas hepáticas[4][7]
Testes genéticos para identificar mutações específicas associadas aos diferentes tipos de porfiria[7]
Biópsia cutânea em casos de porfiria cutânea[5]
Ecografia abdominal para excluir outras causas de dor abdominal[4]
Manejo em Emergência
O tratamento de uma crise aguda de porfiria no serviço de urgência inclui:
Administração de glicose intravenosa para inibir a produção de porfirinas[1][4]
Tratamento com hematina intravenosa para reduzir a atividade da enzima ALA sintetase[1][6]
Controlo da dor com analgésicos seguros (evitando fármacos que possam agravar a crise)[1][4]
Gestão da hipertensão e taquicardia com betabloqueadores como o propranolol[4]
Correção de desequilíbrios eletrolíticos, especialmente hiponatrémia[8]
Tratamento de convulsões, se presentes[4]
Monitorização rigorosa da função respiratória e suporte ventilatório, se necessário[1]
É fundamental que os profissionais de emergência reconheçam rapidamente os sinais e sintomas da porfiria para iniciar o tratamento adequado e prevenir complicações potencialmente graves ou irreversíveis[8].
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