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Porfiria

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A porfiria é um grupo de distúrbios metabólicos hereditários ou adquiridos caracterizados pela deficiência de enzimas envolvidas na biossíntese do heme[1][3]. Estes distúrbios podem manifestar-se de formas diversas, afetando principalmente o sistema nervoso e a pele.


Sintomas


Os sintomas da porfiria variam de acordo com o tipo específico, mas geralmente incluem:


  • Dor abdominal intensa e prolongada[1][4]


  • Náuseas e vómitos[1][4]


  • Obstipação ou diarreia[1][4]


  • Fraqueza muscular, especialmente nos braços e pernas[1][4]


  • Dor nas costas ou nos membros[4]


  • Alterações psiquiátricas como ansiedade, confusão ou alucinações[1][4]


  • Sensibilidade à luz solar, provocando dor, vermelhidão e bolhas na pele exposta[4][5]


Sinais clínicos


Os sinais clínicos observáveis em doentes com porfiria incluem:


  • Taquicardia[1][4]


  • Hipertensão arterial[1][4]


  • Sudação excessiva[6]


  • Alteração da coloração da urina (vermelha ou acastanhada)[1][4]


  • Lesões cutâneas como bolhas, cicatrizes e alterações de pigmentação em áreas expostas ao sol[4][5]


  • Hipertricose (crescimento excessivo de pêlos) nas áreas afetadas[5]


Exame físico


Durante a exploração física, o médico deve estar atento a:


  • Avaliação do estado mental e nível de consciência[1]


  • Exame da pele em busca de lesões características[4][5]


  • Avaliação da força muscular e dos reflexos tendinosos profundos[4]


  • Medição da frequência cardíaca e pressão arterial[1][4]


  • Palpação abdominal para avaliar dor e distensão[1]


Provas diagnósticas


O diagnóstico da porfiria baseia-se numa combinação de achados clínicos e exames laboratoriais:


  • Análise de urina para detetar níveis elevados de porfirinas e precursores (ácido delta-aminolevulínico e porfobilinogénio)[1][6]


  • Análise de sangue para medir níveis de porfirinas e enzimas hepáticas[4][7]


  • Testes genéticos para identificar mutações específicas associadas aos diferentes tipos de porfiria[7]


  • Biópsia cutânea em casos de porfiria cutânea[5]


  • Ecografia abdominal para excluir outras causas de dor abdominal[4]


Manejo em Emergência


O tratamento de uma crise aguda de porfiria no serviço de urgência inclui:


  • Administração de glicose intravenosa para inibir a produção de porfirinas[1][4]


  • Tratamento com hematina intravenosa para reduzir a atividade da enzima ALA sintetase[1][6]


  • Controlo da dor com analgésicos seguros (evitando fármacos que possam agravar a crise)[1][4]


  • Gestão da hipertensão e taquicardia com betabloqueadores como o propranolol[4]


  • Correção de desequilíbrios eletrolíticos, especialmente hiponatrémia[8]


  • Tratamento de convulsões, se presentes[4]


  • Monitorização rigorosa da função respiratória e suporte ventilatório, se necessário[1]


É fundamental que os profissionais de emergência reconheçam rapidamente os sinais e sintomas da porfiria para iniciar o tratamento adequado e prevenir complicações potencialmente graves ou irreversíveis[8].


Citações


 
 
 

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