Polegar em Gatilho
- EmergenciasUNO

- 16 de jul.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES
O polegar em gatilho é uma forma de tenossinovite estenosante que afeta o tendão flexor do polegar, causando o bloqueio do dedo em posição de flexão e sua extensão com um estalido audível. Esta condição ocorre quando a bainha sinovial que envolve o tendão inflama ou estreita, dificultando o deslizamento normal do tendão.
É frequentemente associada a movimentos repetitivos, traumatismos locais ou doenças sistémicas como a diabetes mellitus ou a artrite reumatoide.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico, sendo caracterizado por:
Estalido ou bloqueio do polegar, sobretudo ao tentar estendê-lo
Dor e sensibilidade na base do polegar, sobre a zona da polia A1
Em alguns casos, pode-se palpar um nódulo doloroso na base do polegar
Em situações graves, o polegar pode ficar bloqueado em flexão e necessitar de auxílio manual para ser estendido
Diagnóstico Diferencial
Condição | Diferenças-Chave |
Tenossinovite de De Quervain | Afeta os tendões do punho, com dor radial, sem bloqueio digital |
Fratura do primeiro metacarpo | Dor localizada e limitação funcional, sem estalido ou bloqueio |
Artrose carpometacarpiana | Dor crónica na base do polegar, sem bloqueio súbito, associada a degeneração articular |
Rotura do tendão flexor | Incapacidade de fletir o polegar, sem estalido ou bloqueio |
Abordagem em Urgência
Imobilização do polegar com tala para reduzir inflamação e evitar sobrecarga
Administração de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)
Aplicação local de gelo para aliviar o edema e a dor
Injeção de corticosteroide na bainha tendinosa em casos persistentes ou mais severos
Tratamento Definitivo
O tratamento conservador inclui:
Repouso funcional
Imobilização com tala
Infiltrações de corticosteroides (se indicado)
Se os sintomas persistirem ou agravarem-se, está indicada a libertação cirúrgica da polia A1, permitindo o livre deslizamento do tendão. O procedimento é geralmente eficaz e realizado em ambulatório.
Após a cirurgia, é essencial realizar fisioterapia para recuperar a amplitude de movimento, prevenir rigidez e evitar recidivas.

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