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Pneumotórax Espontâneo

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



O pneumotórax espontâneo (PE) é uma condição caracterizada pela presença de ar no espaço pleural, provocando colapso parcial ou total do pulmão afetado[1][2]. Divide-se em primário (PEP), quando surge em indivíduos sem doença pulmonar conhecida, e secundário (PES), associado a patologia pulmonar pré-existente[4].


Sintomas


Os sintomas variam em intensidade, sendo os mais comuns:


  • Dor torácica súbita, aguda e unilateral (96 % dos casos)[1]


  • Dispneia (80 % dos casos)[1][9]


  • Tosse seca, irritativa[5]


  • Hemoptise, menos frequente, mas possível[9]


Cerca de 20 % dos pacientes com PE podem ser assintomáticos[3][9].


Sinais Clínicos


Podem observar-se:


  • Taquicardia – achado mais frequente[1]


  • Taquipneia[3]


  • Cianose em casos graves[3]


  • Hipotensão, especialmente no pneumotórax hipertensivo[3]


  • Desvio traqueal para o lado contrário no pneumotórax hipertensivo[3]


Exploração Clínica


No exame físico deteta-se:


  • Redução da mobilidade do hemitórax ipsilateral[1]


  • Hiperinsuflação torácica[1]


  • Timpanismo à percussão[1][5]


  • Redução ou abolição do murmúrio vesicular[1][9]


  • Diminuição das vibrações vocais[5]


No pneumotórax hipertensivo podem surgir ingurgitação jugular e sinais de insuficiência cardíaca[1].


Exames Complementares


O diagnóstico confirma-se com:


  • Radiografia torácica – exame de escolha, preferencialmente em inspiração forçada; mostra colapso pulmonar e linha pleural[9][5]


  • Tomografia computorizada (TC) – útil para detetar pequenas bolhas em PEP, não visíveis na radiografia[8]


  • Ecografia torácica – alternativa em contextos de emergência[7]


Maneio em Emergência


Depende da gravidade e do tipo de pneumotórax:


  • Observação: para PEP pequenos (< 25 %) e assintomáticos, com acompanhamento por radiografias seriadas[3]


  • Aspiração com cateter: para PEP sintomáticos[7]


  • Toracostomia com dreno: em PES e pneumotórax traumático[7]


  • Descompressão imediata: no pneumotórax hipertensivo, com agulha no 2.º espaço intercostal na linha médio-clavicular, seguida de toracostomia com tubo[7]


  • Oxigenoterapia: acelera a reabsorção do ar no espaço pleural[5]



O pneumotórax espontâneo exige diagnóstico célere e maneio adequado em urgência. Conhecer bem os sintomas, sinais clínicos e opções terapêuticas é vital para otimizar os resultados dos pacientes.


Citações


 
 
 

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