top of page

Pneumonia por Aspiração

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A pneumonia por aspiração é uma infeção pulmonar causada pela inalação de secreções orofaríngeas, conteúdo gástrico ou ambos[1][3]. Representa entre 5% e 15% dos casos de pneumonia adquirida na comunidade que necessitam hospitalização[2][4]. Este artigo aborda os aspetos principais desta patologia, incluindo sintomas, sinais clínicos, avaliação, exames complementares e manejo em emergência.


Sintomas


Os sintomas, geralmente apresentados 1 a 2 dias após o evento de aspiração, incluem:


  • Tosse com expetoração pútrida ou de cor anómala[1][3]


  • Febre[1][3]


  • Dispneia (dificuldade respiratória)[1][3]


  • Dor torácica[1][3]


  • Fadiga[5]


Em alguns casos, o quadro pode desenvolver-se ao longo de dias ou semanas, sendo menos agudo[1].


Sinais clínicos


Podem verificar-se:


  • Cianose, especialmente em aspiração de volume considerável[1]


  • Taquipneia[1]


  • Sons adventícios como crepitações ou sibilância[5][6]


  • Redução da saturação de oxigénio[6]


  • Febre, por vezes de baixo grau[1]


Avaliação clínica


Na avaliação física, deverão ser observados:


  • Auscultação torácica para identificar sons adventícios, nomeadamente crepitações ou sibilos[5][6]


  • Percussão torácica para detetar áreas de consolidação[5]


  • Avaliação da frequência respiratória e uso de musculatura acessória[6]


  • Medição da temperatura corporal[1]


  • Avaliação do estado de consciência e capacidade de deglutição[4]


Exames complementares


O diagnóstico baseia-se em história, avaliação clínica e exames complementares[2]. Os principais exames incluem:


  • Radiografia de tórax: essencial para confirmar o diagnóstico e avaliar localização e extensão da infeção[3][6]


  • Análises sanguíneas: hemograma completo e hemoculturas para confirmar infeção e identificar o agente causador[6]


  • Gasometria arterial: para avaliar troca gasosa e oxigenação[5]


  • Cultura de escarro: para identificar o microrganismo etiológico[5][6]


  • Pulsioximetria: para medição da saturação de oxigénio[6]


  • Tomografia computorizada torácica (TC): em casos com evolução insatisfatória ou necessidades de imagiologia avançada[6]


  • Broncoscopia: em casos selecionados, para visualização direta das vias aéreas e colheita de amostras[5]


Manejo em emergência


O tratamento inicial na urgência deve incluir:


  1. Estabilização do doente: assegurar via aérea, administrar oxigénio suplementar e monitorizar sinais vitais[3]


  2. Antibioterapia empírica de largo espectro, cobrindo microrganismos comuns incluindo anaeróbios — opções frequentes: clindamicina, amoxicilina-ácido clavulânico, ampicilina/sulbactam ou imipenem[3]


  3. Terapia de suporte: hidratação, controlo da dor e febre, e fisioterapia respiratória[3]


  4. Avaliação da capacidade de deglutição: para prevenir aspirações futuras[4]


  5. Considerar intubação e ventilação mecânica em casos de insuficiência respiratória grave[3]


  6. Tratar complicações possíveis, como derrame pleural ou abcesso pulmonar[1]


A pneumonia por aspiração é uma condição grave que exige diagnóstico rápido e manejo adequado. O reconhecimento precoce dos sintomas e sinais, bem como a utilização de exames apropriados, é essencial para iniciar o tratamento atempado e prevenir complicações.


Citações


 
 
 

Comentários


bottom of page