Picadas de Peixes
- EmergenciasUNO

- 24 de jul.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES
As picadas de peixes podem ocorrer por contacto acidental ou intencional com peixes venenosos ou predadores, como o peixe-escorpião, peixe-pedra, peixe-leão ou tubarões. As lesões podem variar desde feridas ligeiras até envenenamentos graves.
O veneno libertado por alguns peixes provoca dor intensa, edema e, em alguns casos, sintomas sistémicos como dispneia, cãibras musculares ou choque.
Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se no contexto do acidente, frequentemente durante atividades aquáticas ou mergulho, e na presença de dor aguda, edema e eritema no local da picada. Em casos de peixes venenosos, os sintomas surgem rapidamente, com dor intensa que pode irradiar e atingir regiões distantes do local da lesão.
O exame físico pode revelar lacerações, espinhos incrustados ou marcas de mordedura. Em casos graves, o doente pode apresentar náuseas, vertigens, dificuldade respiratória ou hipotensão.
Diagnóstico Diferencial
Condição | Diferença Principal |
Picada de alforreca | Lesões lineares urticantes, sem lacerações profundas ou espinhos. |
Corte subaquático | Laceração limpa por objeto cortante, sem toxinas ou sintomas sistémicos. |
Reação alérgica | Eritema e edema sem história de picada por peixe. |
Infeção bacteriana marinha | Lesão infetada com eritema progressivo, mas sem dor imediata intensa nem toxina. |
Abordagem de Urgência
A abordagem imediata inclui a lavagem da ferida com água do mar ou solução salina estéril e a remoção de espinhos ou corpos estranhos visíveis com pinça. Em picadas de peixes venenosos, a imersão da zona afetada em água quente (42–45 °C) durante 30 a 90 minutos ajuda a aliviar a dor e neutralizar as toxinas.
Devem ser administrados analgésicos (AINEs ou opióides, conforme a gravidade) e antihistamínicos orais para atenuar a resposta inflamatória.
Se houver sinais de toxicidade sistémica — como dispneia, cãibras musculares ou choque é crucial estabilizar as funções vitais com fluidoterapia endovenosa, oxigenoterapia e monitorização hospitalar. Em feridas abertas com risco de infeção, deve-se iniciar antibioterapia dirigida contra bactérias marinhas, como o Vibrio.
Tratamento Definitivo
O tratamento definitivo depende da gravidade da lesão:
Feridas superficiais: lavagem cuidadosa e tratamento sintomático são geralmente suficientes.
Lacerações profundas: podem requerer suturas e antibióticos profiláticos.
Nos casos de envenenamento grave ou complicações sistémicas, pode ser necessária internamento hospitalar prolongado, com administração de antiveneno (quando disponível, conforme a espécie).
O seguimento clínico deve incluir vigilância de infeções, avaliação da cicatrização e, se necessário, intervenção cirúrgica em casos de necrose tecidular ou lesões estruturais profundas.

Comentários