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Parotidite unilateral aguda

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A parotidite unilateral aguda é uma inflamação da glândula parótida que pode ser causada por diversos agentes, sobretudo infeciosos. Embora a parotidite viral epidémica (papeira) seja geralmente bilateral, em alguns casos pode apresentar-se de forma unilateral, especialmente no início do quadro. Seguem-se os aspetos mais relevantes desta condição.


Sintomas


Os sintomas da parotidite unilateral aguda geralmente surgem de forma súbita e podem incluir:


  • Dor na região parotídea, que se agrava com a mastigação e deglutição[1][3]


  • Mal-estar geral e mialgias[1][3]


  • Cefaleia e anorexia[3][5]


  • Febrícula ou febre moderada, que pode atingir os 39,5–40 °C[3]


É importante salientar que estes sintomas podem variar em intensidade e duração, geralmente persistindo entre 5 a 7 dias[3].


Sinais clínicos


Os principais sinais clínicos da parotidite unilateral aguda são:


  • Tumefação parotídea unilateral, que pode ultrapassar os limites anatómicos da glândula[1][3]


  • Elevação do lóbulo da orelha do lado afetado[5]


  • Perda do ângulo mandibular[1]


  • Eritema e calor local na zona afetada[4]


Em alguns casos, a inflamação inicialmente unilateral pode tornar-se bilateral no decorrer de alguns dias[5].


Avaliação


A avaliação física deve incluir:


  • Palpação da região parotídea para avaliar tamanho, consistência e dor[4]


  • Inspeção da cavidade oral, incluindo o canal de Stenon[4]


  • Massagem da glândula para observar a saída de saliva ou material purulento[4]


  • Palpação cervical em busca de adenopatias[4]


  • Avaliação do canal auditivo[4]


  • Avaliação neurológica com atenção aos pares cranianos V (trigémio) e VII (facial)[4]


Exames diagnósticos


Embora o diagnóstico da parotidite unilateral aguda seja sobretudo clínico, podem ser realizados os seguintes exames complementares:


Análises laboratoriais:


  • Hemograma e esfregaço de sangue periférico[2]


  • Bioquímica com função hepática, PCR, LDH, ácido úrico e amilase[2][4]


Exames microbiológicos:


  • Hemocultura[2]


  • PCR em amostra de saliva (alta sensibilidade)[6]


  • Serologia para deteção de anticorpos específicos (menor sensibilidade)[6]


Estudos de imagem:


  • Ecografia: exame de eleição para diagnóstico e seguimento[1]


  • RMN ou TC: indicadas se a ecografia revelar lesões sólidas[1]


Outros exames conforme suspeita clínica:


  • Radiografia torácica[2]


  • Zaragatoa faríngea em casos de faringite exsudativa[2]


Manejo em Emergências


A abordagem da parotidite unilateral aguda no serviço de urgência centra-se sobretudo no alívio dos sintomas e na prevenção de complicações:


  • Analgésicos e anti-inflamatórios para controlar dor e inflamação[5]


  • Antipiréticos em caso de febre[5]


  • Hidratação adequada, fundamental no manejo da doença[4]


  • Repouso relativo, conforme necessário[5]


  • Dieta mole e fria, ajustada à capacidade de ingestão do paciente[5]


  • Aplicação local de frio ou calor para alívio sintomático


Em caso de suspeita de infeção bacteriana, deve-se avaliar a necessidade de antibioterapia.

É essencial realizar diagnóstico diferencial com outras causas de tumefação parotídea, como otite, sialolitíase, quistos ou tumores[6]. Em casos de evolução lenta ou suspeita de complicações, deve-se considerar o encaminhamento para Otorrinolaringologia para avaliação especializada.


Citações


 
 
 

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