Pancreatite Aguda
- EmergenciasUNO
- 12 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A pancreatite aguda é uma condição inflamatória do pâncreas que pode variar desde formas leves até potencialmente fatais. É uma causa frequente de internamento por problemas gastrointestinais, com uma incidência de 13 a 45 casos por 100 000 habitantes[1].
Sintomas
O sintoma cardinal da pancreatite aguda é a dor abdominal, presente em mais de 95 % dos casos[5]. Esta dor é frequentemente:
De início súbito e progressivo
Intensa e mal tolerada
Localizada no epigastrio ou hemiabdómen superior
Com irradiação em cinturão para as costas
Acompanhada de náuseas e vómitos (80–90 % dos casos)
Outros sintomas frequentes incluem
Distensão abdominal
Febrícula (< 38 °C)
Mal-estar generalizado e inquietação[5][9]
Sinais Clínicos
Os achados no exame físico podem incluir:
Taquicardia
Hipotensão (em casos graves)
Febre
Icterícia (se houver obstrução biliar)
Diminuição dos ruídos intestinais
Sinais de derrame pleural ou atelectasias basais[3][4]
Exploração
A exploração abdominal geralmente revela:
Dor à palpação no epigastrio e hemiabdómen superior
Distensão abdominal
Ausência ou diminuição dos ruídos intestinais
Sinal de Cullen (equimose periumbilical) ou de Grey-Turner (equimose nos flancos) em casos graves[3][9]
É característico que o abdómen não apresente sinais claros de irritação peritoneal, apesar da dor intensa referida pelo paciente[9].
Exames Diagnósticos
O diagnóstico baseia-se na presença de pelo menos dois dos seguintes três critérios[7]:
Quadro clínico compatível
Elevação da lipase e/ou amilase sérica > 3 vezes o limite superior normal
Achados pormenorizados em estudos de imagem
Os exames incluem:
Análises de sangue: hemograma, função renal, eletrólitos, cálcio, glicose, perfil hepático, triglicerídeos, amilase e lipase séricas[6]
Exames de imagem:
Ecografia abdominal: útil para avaliar via biliar e excluir litíase
Tomografia computorizada (TC) com contraste: padrão-ouro para avaliar extensão da inflamação e detetar complicações locais[3][9]
Maneio em Situação de Emergência
O tratamento inicial no serviço de urgência deve incluir:
Reanimação com fluidos: administração agressiva de cristaloides (250–500 ml/h nas primeiras 12–24 horas)[8]
Analgesia: opioides por via parenteral[5]
Suporte nutricional: inicialmente jejum absoluto, com nutrição enteral precoce em casos moderados a graves[3]
Monitorização: sinais vitais e diurese
Oxigenoterapia, se necessário
Prevenção de complicações: profilaxia de trombose venosa profunda e proteção gástrica[3][8]
Em casos de pancreatite aguda biliar, deve considerar-se a realização urgente de colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) se houver evidência de colangite ou icterícia obstrutiva persistente[3].
É fundamental estratificar a gravidade da pancreatite para determinar o nível de cuidados necessário e a eventual necessidade de transferência para unidade de cuidados intensivos[8].
O manejo da pancreatite aguda requer uma abordagem multidisciplinar e avaliação contínua do doente, especialmente nas primeiras 72 horas, para detetar e tratar oportunamente possíveis complicações[3][8].
Citações
[3]https://www.msdmanuals.com/es-ec/professional/trastornos-gastrointestinales/pancreatitis/pancreatitis-aguda
[5]https://www.msdmanuals.com/es-ec/hogar/trastornos-gastrointestinales/pancreatitis/pancreatitis-aguda
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