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Oxigenoterapia

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A oxigenoterapia é um procedimento terapêutico essencial no tratamento da insuficiência respiratória, aguda ou crónica. Consiste no aporte artificial de oxigénio (O₂) no ar inspirado, com o objetivo principal de melhorar a oxigenação tisular[1][3]. Este artigo aborda os principais aspetos da oxigenoterapia, incluindo sintomas, sinais clínicos, avaliação, exames complementares e manejo em emergências.


Sintomas


Os sintomas que podem indicar a necessidade de oxigenoterapia incluem:


  • Dispneia ou dificuldade respiratória


  • Taquipneia (respiração acelerada)


  • Taquicardia


  • Confusão ou alterações do estado mental


  • Fadiga ou fraqueza generalizada[7]


Estes sintomas são manifestações de hipoxémia — níveis baixos de oxigénio no sangue arterial — que podem provocar hipoxia tecidular e comprometer o funcionamento dos órgãos[7].


Sinais clínicos


Os sinais associados incluem:


  • Cianose (coloração azulada da pele e mucosas)


  • Uso de músculos acessórios na respiração


  • Aleteio nasal


  • Diaforese (sudação excessiva)


  • Alteração do nível de consciência


  • Asterixis (tremor das mãos)[11]


A ausência destes sinais não exclui a necessidade de oxigenoterapia, pois alguns doentes podem apresentar hipoxémia sem sintomas visíveis.


Avaliação clínica


A exploração deve incluir:


  • Avaliação do padrão respiratório (frequência, profundidade e ritmo)


  • Auscultação pulmonar para detetar ruídos anormais


  • Avaliação hemodinâmica: pressão arterial, frequência cardíaca e perfusão periférica


  • Avaliação do nível de consciência e estado mental


  • Observação da coloração da pele e mucosas[11][3]


Exames complementares


Os testes mais relevantes são:


  • Gasometria arterial: padrão-ouro para medir PaO₂ e PaCO₂. PaO₂ < 60 mmHg indica necessidade de oxigenoterapia[1][7].


  • Pulsioximetria: medida não invasiva de SpO₂. Valores < 90–92 % sugerem intervenção[6][7].


  • Radiografia torácica: para identificar causas subjacentes da insuficiência respiratória.


  • Espirometria: útil no seguimento das doenças respiratórias crónicas.


Manejo em emergência


Os princípios incluem:


  1. Avaliação rápida: estado geral, padrão respiratório, sinais vitais e nível de consciência[11]


  2. Início precoce: administrar oxigénio suplementar imediatamente se houver suspeita de hipoxémia, sem aguardar exames[1]


  3. Seleção do dispositivo: canula nasal, máscara simples, máscara com reservatório, conforme a gravidade[3]


  4. Titulação da FiO₂: manter SpO₂ entre 94–98 % em agudos ou 88–92 % em doentes com risco de hipercapnia[6]


  5. Monitorização contínua: acompanhar SpO₂, frequência respiratória e estado geral[3]


  6. Tratamento da causa subjacente: identificar e tratar simultaneamente a etiologia[11]


  7. Prevenção de complicações: vigiar toxicidade do oxigénio ou retenção de CO₂ em doentes susceptíveis[2]



A oxigenoterapia é uma intervenção fundamental no manejo da insuficiência respiratória. A sua aplicação correcta exige avaliação clínica rigorosa, uso adequado de exames complementares e abordagem terapêutica personalizada. O conhecimento dos seus princípios base é essencial para qualquer profissional de saúde em contexto de emergência.


Citações


 
 
 

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