Outras Febres Hemorrágicas Virais
- EmergenciasUNO
- 13 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
As febres hemorrágicas virais (FHV) são um grupo de doenças infecciosas causadas por vírus pertencentes a várias famílias, como Filoviridae, Arenaviridae, Bunyaviridae e Flaviviridae[4][8].
Estes vírus podem provocar quadros clínicos graves, caracterizados por febre e alterações na coagulação que podem levar a hemorragias potencialmente fatais[1][3]. Entre as FHV mais relevantes estão o Ébola, Marburgo, febre de Lassa, febre amarela e dengue hemorrágico[7].
Sintomas
Os sintomas iniciais das FHV são geralmente inespecíficos e incluem:
Febre elevada
Fadiga e fraqueza intensa
Dores musculares e articulares
Cefaleia
Náuseas e vómitos
Diarreia[1][7]
Com a progressão da doença, podem surgir sintomas mais graves como:
Dor abdominal
Dor torácica
Confusão e delírio
Convulsões
Hemorragias em diversos órgãos[2][7]
Sinais clínicos
Os principais sinais clínicos observados em doentes com FHV são:
Febre (>38,5 °C)
Taquicardia
Hipotensão
Petéquias e equimoses
Sangramento de mucosas (gengivas, nariz, trato gastrointestinal)
Icterícia (em alguns casos)
Edema facial e das extremidades
Sinais neurológicos (alteração do estado mental, ataxia)[1][2][4]
Exploração
Durante a exploração física, o médico deve prestar especial atenção a:
Sinais vitais (febre, taquicardia, hipotensão)
Estado de hidratação
Presença de hemorragias cutâneo-mucosas
Avaliação neurológica (nível de consciência, sinais meníngeos)
Exploração abdominal (hepatomegalia, esplenomegalia)
Auscultação cardiopulmonar (presença de derrame pleural ou pericárdico)[1][3]
É fundamental que o pessoal de saúde utilize equipamento de proteção individual adequado durante a exploração para evitar o contágio[5].
Provas Diagnósticas
O diagnóstico das FHV baseia-se em:
Provas serológicas:
ELISA para deteção de anticorpos IgM e IgG
Teste de neutralização
Deteção direta do vírus:
RT-PCR em tempo real
Isolamento viral em cultura celular
Provas complementares:
Hemograma completo (trombocitopenia, leucopenia)
Coagulograma (alteração dos tempos de coagulação)
Bioquímica (elevação de transaminases, creatinina)
Gasometria arterial[2][4][6]
É importante realizar o diagnóstico diferencial com outras causas de síndrome febril e distúrbios hemorrágicos[8].
Gestão em Urgências
O manejo de doentes com suspeita de FHV em serviços de urgência deve incluir:
Isolamento estrito do doente em quarto individual com pressão negativa[5]
Utilização de equipamento de proteção individual por parte da equipa de saúde
Estabilização hemodinâmica:
Reposição de fluidos e eletrólitos
Suporte vasopressor se necessário
Controlo de hemorragias:
Transfusão de hemoderivados conforme necessário
Correção da coagulopatia
Tratamento sintomático:
Antipiréticos
Analgésicos
Antieméticos
Início precoce de terapia antiviral específica se disponível (por exemplo, ribavirina para febre de Lassa)[1][3][7]
Notificação imediata às autoridades de saúde
Acompanhamento próximo de contactos e do pessoal de saúde exposto[5][7]
Os prognósticos das FHV variam de acordo com o agente etiológico, mas, em geral, apresentam uma elevada taxa de mortalidade, mesmo com tratamento adequado[4][8]. A prevenção, através do controlo de vetores e reservatórios, assim como da educação sanitária, é fundamental para reduzir a sua incidência em zonas endémicas[7][8].
Citações
[3] https://www.msdmanuals.com/es/hogar/infecciones/arbovirus-arenavirus-filovirus/fiebre-de-lassa-y-fiebres-hemorrágicas-sudamericanas
[5]https://www.msdmanuals.com/es/hogar/infecciones/arbovirus-arenavirus-filovirus/introducción-a-las-fiebres-hemorrágicas
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