top of page

Orquite

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A orquite é uma condição inflamatória que afeta um ou ambos os testículos, geralmente causada por infeções virais ou bacterianas. Este artigo académico abordará os aspetos chave da orquite, incluindo os seus sintomas, sinais clínicos, exame físico, testes diagnósticos e o manejo em situações de emergência.


Sintomas


Os sintomas da orquite geralmente surgem de forma aguda e podem variar em intensidade. Os pacientes frequentemente apresentam:


  • Dor testicular, que pode variar de ligeira a intensa[1][6].


  • Edema num ou em ambos os testículos[6].


  • Febre, presente em aproximadamente 50% dos casos[7].


  • Náuseas e vómitos[6].


  • Mal-estar geral[6].


  • Dor ou ardor ao urinar nos dias que antecedem os sintomas testiculares[4].


No caso da orquite causada por parotidite, os sintomas geralmente aparecem entre 4 e 7 dias após o aumento do volume da glândula parótida[3].


Sinais Clínicos


Os sinais clínicos da orquite incluem:


  • Aumento do volume testicular[4].


  • Eritema escrotal[2].


  • Induração testicular[3].


  • Alongamento do epidídimo, em casos de orquiepididimite[2].


  • Tumefação de uma ou ambas as parótidas, nos casos de orquite por parotidite[2].


É importante notar que a orquite pode ser unilateral ou bilateral, sendo mais frequente a apresentação unilateral[3].


Exame Físico


O exame físico é fundamental para o diagnóstico da orquite. Durante a avaliação, o médico deve realizar:


  • Inspeção: Observar edema e eritema escrotal[2].


  • Palpação: Avaliar dor, hiperestesia e induração testicular[2][3].


Manobras específicas:


  • Sinal de Prehn: A elevação do escroto alivia a dor na orquite, ao contrário da torção testicular[2].


  • Avaliação do reflexo cremastérico, que deve estar presente[2].


  • Exame das parótidas, nos casos suspeitos de parotidite[2].


Testes Diagnósticos


Embora o diagnóstico da orquite seja essencialmente clínico, podem ser realizados os seguintes exames complementares:


  • Ecografia Doppler colorida: É o exame de eleição para diferenciar a orquite de outras causas de dor escrotal aguda, como a torção testicular[1][3][5].


  • Análise de urina e urocultura: Para identificar possíveis infeções urinárias associadas[1][8].


  • Exame do exsudado uretral: Especialmente em jovens, para excluir doenças sexualmente transmissíveis[4][8].


  • Testes serológicos: Para confirmar a presença de anticorpos contra o vírus da parotidite ou outros agentes infeciosos[3].


  • Hemograma: Pode revelar leucocitose em alguns casos[2].


Tratamento de Emergência


O manejo da orquite no serviço de urgência deve centrar-se em:


  • Diagnóstico diferencial rápido: Excluir urgentemente a torção testicular com recurso a ecografia Doppler[1][3].


Tratamento sintomático:


  • Administração de analgésicos para controlo da dor[1][3].


  • Aplicação de compressas frias ou quentes no escroto[1][5].


  • Repouso e elevação escrotal[1][5].


Tratamento etiológico:


  • No caso de orquite bacteriana, iniciar antibioticoterapia empírica[1][5].


  • Na orquite viral, o tratamento é predominantemente sintomático[5].


Acompanhamento: Recomendar avaliação urológica subsequente[3].


É crucial educar o paciente sobre a importância de completar o tratamento antibiótico, se prescrito, e explicar que a sensibilidade escrotal pode persistir por várias semanas[5].


A orquite exige uma abordagem diagnóstica e terapêutica rápida no serviço de urgência. O conhecimento das suas manifestações clínicas e a utilização adequada dos exames complementares são fundamentais para um manejo eficaz e para prevenir complicações potenciais.


Citações


 
 
 

Comments


bottom of page