Oclusão da veia central da retina
- EmergenciasUNO
- 2 de jul.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A oclusão da veia central da retina (OVCR) é uma patologia vascular retiniana frequente que pode causar perda visual significativa. Ocorre quando um trombo obstrui o fluxo sanguíneo na veia central da retina, geralmente ao nível da lâmina cribriforme do nervo ótico[1][3]. Esta condição afeta principalmente adultos com mais de 50 anos e está associada a fatores de risco cardiovascular, como hipertensão arterial, diabetes mellitus e glaucoma[5].
Sintomas
O sintoma principal da OVCR é a perda visual súbita e indolor, embora em alguns casos possa ser progressiva ao longo de horas ou dias[1][4]. A gravidade da perda visual varia consoante o grau de oclusão e a presença de complicações. Os pacientes podem apresentar:
Diminuição da acuidade visual
Visão turva
Distorção das imagens (metamorfopsia)
Escotomas ou defeitos no campo visual[4][7]
Nos casos graves, alguns pacientes podem apresentar dor ocular e hiperemia conjuntival, especialmente se se desenvolver glaucoma neovascular como complicação[4].
Sinais clínicos
A observação oftalmoscópica revela achados característicos:
Hemorragias retinianas difusas nos quatro quadrantes
Veias retinianas dilatadas e tortuosas
Edema da papila
Exsudatos algodonosos peripapilares
Edema macular[1][3]
Na fase crónica, podem ser observados:
Vasos colaterais na papila e na retina
Enfundamento venoso
Estiramento arteriolar
Alterações pigmentares maculares[3]
Exame
A avaliação de um paciente com suspeita de OVCR deve incluir:
Anamnese detalhada, incluindo antecedentes médicos e fatores de risco cardiovascular
Medição da acuidade visual
Exame com lâmpada de fenda
Tonometria para medir a pressão intraocular
Oftalmoscopia indireta com dilatação pupilar[5][8]
Exames complementares
Para confirmar o diagnóstico e avaliar a gravidade da OVCR, utilizam-se os seguintes exames:
Angiografia com fluoresceína: Permite diferenciar formas isquémicas e não isquémicas, avaliar a extensão da isquemia e o edema macular[3][8].
Tomografia de coerência ótica (OCT): Quantifica o edema macular e avalia a integridade das camadas retinianas[5][8].
Angiografia OCT (OCTA): Fornece imagens de alta resolução da vascularização retiniana sem necessidade de contraste[7].
Campo visual: Avalia a extensão do dano funcional[5].
Em pacientes jovens ou com OVCR bilateral, recomenda-se a realização de estudos sistémicos para excluir distúrbios de hipercoagulabilidade[1][5].
Abordagem de emergência
O tratamento inicial da OVCR no serviço de urgência deve incluir:
Avaliação oftalmológica completa para confirmar o diagnóstico e excluir complicações como o glaucoma neovascular
Controlo da pressão intraocular se estiver elevada
Início de tratamento para o edema macular, se presente, com:
Injeções intravítreas de fármacos anti-VEGF (fator de crescimento endotelial vascular)[4][7][8]
Corticosteroides intravítreos em casos selecionados[7][8]
Avaliação e controlo dos fatores de risco cardiovascular
Agendamento de seguimento rigoroso para monitorizar a evolução e detetar complicações[5][8]
É fundamental uma abordagem multidisciplinar, incluindo colaboração entre oftalmologistas e médicos internistas, para o tratamento ótimo destes pacientes[7].
O prognóstico visual depende da gravidade inicial da oclusão, da presença de complicações e da rapidez na intervenção terapêutica. A atuação precoce é crucial para minimizar os danos retinianos e preservar a função visual[5][8].
Citações
[2] https://www.msdmanuals.com/es/professional/trastornos-oftálmicos/enfermedades-retinianas/oclusión-de-la-vena-central-de-la-retina-y-oclusión-de-una-rama-venosa-retiniana
[5] https://www.elsevier.es/es-revista-medicina-familia-semergen-40-articulo-oclusion-vena-central-retina-13094226
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