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Obstrução Intestinal

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A obstrução intestinal é uma condição médica grave que ocorre quando há bloqueio da passagem do conteúdo ao longo do trato intestinal. Este artigo académico explora os aspetos essenciais desta patologia, incluindo sintomas, sinais clínicos, métodos de exploração, exames diagnósticos e abordagem em contexto de urgência.


Sintomas


Os sintomas da obstrução intestinal podem variar em intensidade e apresentação, dependendo da localização e da gravidade da obstrução. Os principais sintomas incluem:


  • Dor abdominal: Geralmente do tipo cólica, que pode tornar-se contínua e intensa com o tempo[1][4]


  • Distensão abdominal: Inchaço abdominal devido à acumulação de gases e líquidos[1][3]


  • Vómitos: Mais frequentes nas obstruções do intestino delgado, podendo adquirir aspeto fecaloide em fases avançadas[1][4]


  • Obstipação: Ausência de evacuação e gases, embora possa ocorrer diarreia em obstruções parciais[1][4]


  • Náuseas e perda de apetite[4]


É importante notar que a apresentação destes sintomas pode variar conforme a localização da obstrução. Por exemplo, em obstruções distais, a distensão abdominal pode ser mais proeminente do que os vómitos[6].


Sinais Clínicos


Os sinais clínicos observáveis em doentes com obstrução intestinal incluem:


  • Abdómen distendido e timpânico à percussão[3]


  • Ruídos intestinais alterados: podem estar aumentados (borborigmos) ou ausentes[4]


  • Desidratação: evidenciada por taquicardia e hipotensão[6]


  • Febre: especialmente em casos de estrangulamento ou perfuração intestinal[1][4]


  • Sensibilidade abdominal à palpação, que pode ser intensa em casos de peritonite[4]


Exploração


A exploração física é fundamental para o diagnóstico e avaliação da obstrução intestinal. Deve incluir:


  • Inspeção abdominal: para avaliar distensão e cicatrizes cirúrgicas anteriores[2]


  • Palpação abdominal: para detetar dor, massas ou hérnias[2][4]


  • Auscultação: para avaliar os sons intestinais[4]


  • Percussão: para identificar zonas de timpanismo[3]


  • Toque retal: especialmente relevante nas obstruções do cólon, para descartar fecalomas ou massas[3]


Exames Diagnósticos


Os exames diagnósticos são essenciais para confirmar a obstrução, localizar a causa e avaliar a sua etiologia. Os principais incluem:


  • Radiografia simples do abdómen: revela dilatação das alças intestinais e níveis hidroaéreos[1][2][3]


  • Tomografia computorizada (TC): fornece imagens detalhadas, permitindo identificar a causa e a localização exata da obstrução[1][2]


  • Ecografia: preferida em crianças, útil no diagnóstico de invaginação intestinal[2]


  • Análises laboratoriais: para avaliar o estado de hidratação, eletrólitos e possíveis complicações como infeção[6]


Abordagem em Situação de Emergência


O tratamento inicial da obstrução intestinal em contexto de urgência inclui:


  • Estabilização hemodinâmica: Administração de fluidos intravenosos para corrigir desidratação e distúrbios eletrolíticos[1][3]


  • Descompressão gastrointestinal: Colocação de sonda nasogástrica para aliviar a distensão e prevenir aspiração[1][3]


  • Analgesia: Controlo da dor com medicação apropriada[4]


  • Antibióticos: Administração profilática em caso de suspeita de isquemia ou perfuração[1]


  • Avaliação contínua: Monitorização de sinais vitais e evolução clínica[4]


  • Preparação para intervenção cirúrgica: em casos de obstrução completa ou complicações como estrangulamento[1][3]


O tratamento definitivo dependerá da causa subjacente e, em muitos casos, pode requerer cirurgia[1][4].


A obstrução intestinal é uma condição médica que exige diagnóstico célere e abordagem adequada. O reconhecimento precoce dos sintomas e sinais, juntamente com a utilização apropriada dos exames diagnósticos, é essencial para um tratamento eficaz e para prevenir complicações potencialmente fatais.


Citações


 
 
 

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