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Nistagmo

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



O nistagmo é um distúrbio ocular caracterizado por movimentos involuntários, rápidos e repetitivos dos olhos. Este fenómeno pode ser congénito ou adquirido, e afeta aproximadamente 14-17 em cada 10.000 crianças[5]. De seguida, analisam-se os aspetos mais relevantes desta condição.


Sintomas


Os principais sintomas do nistagmo incluem:


  • Visão deficiente, especialmente nos casos congénitos[2][4]


  • Oscilopsia (sensação de que o ambiente se move)[2]


  • Dificuldade em fixar o olhar em objetos[4]


  • Possível torcicolo devido à tendência para girar o pescoço para reduzir os sintomas[7]


  • Náuseas, perda de equilíbrio e vómitos em alguns casos[7]


Sinais clínicos


Os sinais clínicos mais característicos do nistagmo são:


  • Movimentos oculares involuntários que podem ser horizontais, verticais, rotatórios ou uma combinação destes[1][2]


  • Oscilações rítmicas de um ou ambos os olhos[3]


  • Possível rotação cefálica na direção do nistagmo para o minimizar[4]


  • Em alguns casos, assimetria significativa de amplitude ou direção entre os dois olhos (nistagmo dissociado)[6]


Avaliação


A avaliação do nistagmo deve incluir:


  • Observação direta do movimento ocular[5]


  • Avaliação da direção, amplitude, frequência e regularidade do nistagmo[1][6]


  • Análise do nistagmo em diferentes posições do olhar[1]


  • Avaliação do efeito da fixação visual sobre o nistagmo[9]


  • Exame da acuidade visual e da refração[3]


Exames diagnósticos


Para um diagnóstico preciso do nistagmo, podem ser realizados os seguintes exames:


  • Electronistagmografia ou videonistagmografia para registar o movimento ocular[3]


  • Ressonância magnética cerebral para excluir lesões estruturais[1][3]


  • Tomografia Computorizada em casos específicos[1]


  • Exames de eletrofisiologia ocular[1]


  • Avaliação neurológica e otorrinolaringológica para excluir causas subjacentes[1][2]


Manejo em Emergências


Embora o nistagmo raramente constitua uma emergência médica por si só, o seu aparecimento súbito pode indicar uma condição subjacente grave. Num contexto de urgência, recomenda-se:


  • Realizar uma avaliação neurológica completa para excluir causas graves como AVCs ou tumores cerebrais[6]


  • Obter uma história clínica detalhada, incluindo início dos sintomas e fatores desencadeantes[3]


  • Realizar um exame oftalmológico básico, incluindo a avaliação dos movimentos oculares e da acuidade visual[3]


  • Considerar exames de neuroimagem urgentes se houver suspeita de uma causa central[3][6]


  • Tratar qualquer condição subjacente identificada, como intoxicações ou alterações metabólicas[2]


  • Em casos de nistagmo adquirido com sintomas vestibulares associados, considerar a possibilidade de vertigem aguda e tratar os sintomas conforme necessário[9]


É importante recordar que o tratamento do nistagmo a longo prazo dependerá da sua etiologia e pode incluir terapêutica farmacológica, uso de lentes corretoras ou até intervenções cirúrgicas em casos selecionados[1][3].


O nistagmo é uma condição complexa que requer uma avaliação multidisciplinar para um diagnóstico e tratamento adequados. Compreender as suas características clínicas e os recursos diagnósticos disponíveis é fundamental para proporcionar cuidados eficazes aos pacientes afetados por este distúrbio ocular.


Citações


 
 
 

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