top of page

Morfina

MANUAL DE MEDICINA DE EMERGÊNCIA 2025



A morfina é um analgésico opioide. É amplamente reconhecida como o analgésico de referência para a dor intensa.


Principais Utilizações:


  • É o analgésico de eleição para o tratamento da dor severa.


  • Utilizada no controlo da dor moderada, especialmente quando administrada por via oral em adultos e em crianças com mais de 1 ano de idade.


  • Pode ser útil no edema pulmonar cardiogénico, contribuindo para o alívio da dispneia e aumento da capacitância venosa.


  • Aplicada no controlo da dor em diversas situações de emergência, incluindo:


    • Fraturas do fémur (colo do fémur, intertrocantéricas, subtrocantéricas, diafisárias).


    • Luxações do tornozelo.


    • Durante procedimentos dolorosos como a inserção de dreno torácico ou a manipulação de fraturas/luxações sob sedação/analgesia.


    • Como coadjuvante analgésico durante sedação para procedimentos invasivos.


    • No tratamento da cólica renal, quando os AINEs não proporcionam alívio suficiente.


Vias de Administração e Posologia:


Oral:


  • Administração sob a forma de sulfato de morfina de ação curta (ex.: Oramorph®).


    • Adultos: 5–10 mg de 4 em 4 horas.


    • Crianças >1 ano: 200–300 microgramas/kg de 4 em 4 horas.


Intravenosa (IV):


  • Apropriada para lesões graves.


    • Adultos: Titular a dose com incrementos IV pequenos a cada poucos minutos até alcançar controlo adequado da dor. Usada, por exemplo, na inserção de dreno torácico.


    • Crianças dos 6 meses aos 12 anos: 100 microgramas/kg.


      • Administrar em mais de 5 minutos se entre 6 e 12 meses.

      • Também em mais de 5 minutos se >12 meses.

      • A dose deve ser titulada para otimizar o alívio da dor.


Intranasal:


  • A diamorfina intranasal (uso off-label) e o fentanil nasal são opções referidas como alternativas à diamorfina por via nasal.


  • A diamorfina pode ser útil antes do estabelecimento de acesso IV.(A diamorfina é um derivado da morfina.)


Considerações e Precauções:


  • A morfina pode causar sedação significativa. Em casos de traumatismo cranioencefálico, é essencial vigilância, pois a sedação pode mascarar sinais neurológicos.


  • A dose deve ser sempre titulada para atingir o alívio eficaz da dor.


  • A administração IV deve ser feita em incrementos pequenos e controlados.


  • Pode induzir espasmo do músculo liso, incluindo do esfíncter de Oddi.


  • A dose deve ser reduzida em doentes idosos ou fragilizados.


  • Existe risco de depressão respiratória, particularmente quando a morfina é administrada em conjunto com benzodiazepinas.


  • A sobredosagem com morfina é uma situação clínica crítica mencionada no índice de emergência.

 
 
 

Comentários


bottom of page