Morfina
- EmergenciasUNO
- 10 de jun.
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MANUAL DE MEDICINA DE EMERGÊNCIA 2025
A morfina é um analgésico opioide. É amplamente reconhecida como o analgésico de referência para a dor intensa.
Principais Utilizações:
É o analgésico de eleição para o tratamento da dor severa.
Utilizada no controlo da dor moderada, especialmente quando administrada por via oral em adultos e em crianças com mais de 1 ano de idade.
Pode ser útil no edema pulmonar cardiogénico, contribuindo para o alívio da dispneia e aumento da capacitância venosa.
Aplicada no controlo da dor em diversas situações de emergência, incluindo:
Fraturas do fémur (colo do fémur, intertrocantéricas, subtrocantéricas, diafisárias).
Luxações do tornozelo.
Durante procedimentos dolorosos como a inserção de dreno torácico ou a manipulação de fraturas/luxações sob sedação/analgesia.
Como coadjuvante analgésico durante sedação para procedimentos invasivos.
No tratamento da cólica renal, quando os AINEs não proporcionam alívio suficiente.
Vias de Administração e Posologia:
Oral:
Administração sob a forma de sulfato de morfina de ação curta (ex.: Oramorph®).
Adultos: 5–10 mg de 4 em 4 horas.
Crianças >1 ano: 200–300 microgramas/kg de 4 em 4 horas.
Intravenosa (IV):
Apropriada para lesões graves.
Adultos: Titular a dose com incrementos IV pequenos a cada poucos minutos até alcançar controlo adequado da dor. Usada, por exemplo, na inserção de dreno torácico.
Crianças dos 6 meses aos 12 anos: 100 microgramas/kg.
Administrar em mais de 5 minutos se entre 6 e 12 meses.
Também em mais de 5 minutos se >12 meses.
A dose deve ser titulada para otimizar o alívio da dor.
Intranasal:
A diamorfina intranasal (uso off-label) e o fentanil nasal são opções referidas como alternativas à diamorfina por via nasal.
A diamorfina pode ser útil antes do estabelecimento de acesso IV.(A diamorfina é um derivado da morfina.)
Considerações e Precauções:
A morfina pode causar sedação significativa. Em casos de traumatismo cranioencefálico, é essencial vigilância, pois a sedação pode mascarar sinais neurológicos.
A dose deve ser sempre titulada para atingir o alívio eficaz da dor.
A administração IV deve ser feita em incrementos pequenos e controlados.
Pode induzir espasmo do músculo liso, incluindo do esfíncter de Oddi.
A dose deve ser reduzida em doentes idosos ou fragilizados.
Existe risco de depressão respiratória, particularmente quando a morfina é administrada em conjunto com benzodiazepinas.
A sobredosagem com morfina é uma situação clínica crítica mencionada no índice de emergência.
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