Miosite Ossificante
- EmergenciasUNO

- 24 de jul.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES
A miosite ossificante é uma condição em que o músculo e o tecido conjuntivo sofrem ossificação heterotópica, ou seja, transformam-se em osso após um trauma, como uma contusão ou uma rotura muscular.
Afeta com mais frequência músculos grandes dos membros, como o quadríceps femoral ou os músculos do braço, e caracteriza-se pela formação de osso em áreas que anteriormente eram apenas tecido mole. Este processo é geralmente doloroso e pode limitar a mobilidade da zona afetada.
Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se no historial de trauma prévio, seguido de dor persistente, edema e restrição do movimento no local da lesão. Com o tempo, pode-se palpar uma massa óssea.
As radiografias evidenciam formação óssea no interior do músculo cerca de 3 a 4 semanas após a lesão. A ecografia e a ressonância magnética (RM) são úteis nas fases iniciais para detetar inflamação e alterações nos tecidos moles.
Diagnóstico Diferencial
Condição | Diferença Principal |
Osteossarcoma | Tumor ósseo maligno, crescimento mais agressivo, sem relação com trauma prévio. |
Hematoma intramuscular | Massa dolorosa pós-traumática, mas sem formação óssea visível nas radiografias. |
Celulite | Infeção de tecidos moles, sem ossificação nem história de trauma. |
Fibrose muscular | Rigidez muscular, mas sem evidência radiológica de osso heterotópico. |
Abordagem de Emergência
Em contexto de urgência, o tratamento inicial consiste no controlo da dor com analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs). A área afetada deve ser imobilizada temporariamente, evitando-se intervenções cirúrgicas precoces, pois a manipulação prematura pode agudizar o processo de ossificação. É fundamental a referenciação precoce ao serviço de ortopedia para seguimento adequado.
Tratamento Definitivo
O tratamento definitivo é maioritariamente conservador. Envolve fisioterapia orientada, com o objetivo de manter a amplitude articular e prevenir rigidez, embora o exercício deva ser moderado, para não agravar a ossificação. O uso prolongado de AINEs pode ajudar a reduzir a inflamação.
A cirurgia para excisão do osso ectópico só é considerada se houver osso maduro e este provocar limitação funcional significativa ou dor persistente. Geralmente, adia-se a cirurgia até que o osso esteja completamente formado, o que pode levar de 6 a 12 meses.

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