Meningite por tuberculose
- EmergenciasUNO
- 16 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A meningite tuberculosa é uma forma grave de tuberculose extrapulmonar que afeta as meninges e o espaço subaracnoide. É causada pelo Mycobacterium tuberculosis e representa um desafio diagnóstico e terapêutico devido à sua apresentação insidiosa e às potenciais complicações neurológicas[3][7].
Sintomas
Os sintomas da meningite tuberculosa costumam desenvolver-se de forma gradual e incluem:
Febre de baixo grau
Cefaleia persistente
Mal-estar geral
Perda de peso
Irritabilidade
Alterações do estado mental
Náuseas e vómitos
Anorexia
À medida que a doença progride, podem surgir convulsões e alterações do nível de consciência, podendo evoluir para coma[1][2][7].
Sinais clínicos
Os sinais clínicos mais frequentes são:
Rigidez de nuca (que pode estar ausente nas fases iniciais)
Sinais meníngeos positivos (Kernig, Brudzinski)
Paralisia de pares cranianos (especialmente VI, III, IV e VII)
Alterações do estado de consciência
Défices neurológicos focais (hemiparesia, monoparesia)
Hipertensão intracraniana
Edema de papila
Em estádios avançados, podem observar-se sinais de descerebração[1][3][7].
Exame físico
A avaliação física deve incluir:
Avaliação do estado mental e nível de consciência (escala de Glasgow)
Pesquisa de sinais meníngeos
Avaliação de pares cranianos
Verificação da força e reflexos osteotendinosos
Exame do fundo do olho para despistar papiledema ou túberculos coroidais
Pesquisa de sinais de tuberculose noutras localizações[3][7]
Testes Diagnósticos
As principais provas diagnósticas são:
Análise do líquido cefalorraquidiano (LCR):
Pleocitose linfocitária (100–500 células/µL)
Proteínas elevadas (>100 mg/dL)
Glicose diminuída (<60 % da glicémia)
Adenosina desaminase (ADA) >6 U/L
Tinción de Ziehl–Neelsen e cultura do LCR
PCR para M. tuberculosis no LCR
Neuroimagem (TC ou RM com contraste cerebral)
Radiografia do tórax
Teste cutâneo de tuberculina
Hemoculturas[1][3][7]
Manejo em emergências
O manejo inicial em contexto de urgência deve incluir:
Estabilização do doente e suporte da via aérea, se necessário
Início empírico de tratamento antituberculoso:
Isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol
Administração de corticosteroides (dexametasona)
Controlo da hipertensão intracraniana
Tratamento de convulsões, se presentes
Monitorização neurológica rigorosa
Realização urgente de testes diagnósticos (punção lombar, neuroimagem)
Isolamento respiratório do paciente
Notificação às autoridades de saúde pública[3][6][7]
É fundamental iniciar o tratamento precocemente, uma vez que o atraso no diagnóstico e tratamento está associado a maior mortalidade e sequelas neurológicas irreversíveis[6].
Citações:
[4] https://www.elsevier.es/es-revista-enfermedades-infecciosas-microbiologia-clinica-28-articulo-meningitis-tuberculosa-estudio-comparativo-relacion-coexistencia-infeccion-13087296
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