Meningite micótica
- EmergenciasUNO
- 16 de jun.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A meningite micótica é uma inflamação das meninges causada por fungos, que pode tornar-se fatal se não for tratada adequadamente. Esta condição afeta principalmente indivíduos com sistemas imunitários comprometidos[1][3].
Sintomas
Os sintomas da meningite micótica desenvolvem-se geralmente de forma gradual, ao longo de dias ou semanas, e incluem:
Febre persistente
Cefaleia intensa
Rigidez do pescoço
Náuseas e vómitos
Fotofobia
Confusão ou alterações do estado mental
Fadiga
Alucinações[1][2][4]
Sinais clínicos
Durante a avaliação clínica, podem verificar-se:
Febre alta
Rigidez cervical
Sinais de irritação meníngea (Kernig ou Brudzinski positivos)
Alterações do nível de consciência
Défices neurológicos focais
Edema de papila no exame de fundo de olho[2][4]
Exame físico
A avaliação de um doente com suspeita de meningite micótica deve incluir:
Avaliação do estado mental e nível de consciência
Sinais vitais, com atenção à temperatura corporal
Exame neurológico completo, com reflexos e pares cranianos
Avaliação da rigidez cervical e sinais meníngeos
Observação da pele em busca de lesões associadas[2][4]
Testes diagnósticos
O diagnóstico definitivo requer:
Punção lombar para obtenção de LCR[1][6]
Análise do LCR, incluindo:
Citologia
Bioquímica (glucose, proteína)
Tinción de Gram
Cultura microbiológica
Deteção de antígenos fúngicos[6][8]
Imagiologia:
Tomografia computorizada (TC) cerebral
Ressonância magnética (RM) cerebral[2][4]
Hemoculturas para possível fungemia[7]
Provas serológicas para detecção de antígenos fúngicos no sangue[7]
Manejo em emergências
O manejo em contexto de urgência deve ser célere e eficaz:
Estabilização inicial: garantir via aérea, respiração e circulação
Acesso venoso e colheita de amostras para hemoculturas
Realização de punção lombar se não existirem contraindicações
Início de tratamento antifúngico empírico (tipicamente anfotericina B IV) enquanto se aguardam os resultados[1][7]
Controlo da pressão intracraniana elevada, se presente
Monitorização neurológica rigorosa
Tratamento sintomático (antipiréticos, analgésicos)
Consulta urgente com especialistas em doenças infeciosas e neurologia[4][7]
É crucial iniciar a terapêutica antifúngica o mais rápido possível, pois o atraso aumenta significativamente a morbi-mortalidade[1][4].
A meningite micótica representa um desafio para o diagnóstico e tratamento, exigindo um elevado grau de suspeição, especialmente nos imunocomprometidos. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são determinantes para melhorar o prognóstico desta grave infeção do sistema nervoso central.
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